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Paredes de Coura

P. Coura: Finalmente… vendido! – Antigo sanatório passa para privado por 582 mil euros

12 Abril, 2019 - 13:05

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Vendido. Finalmente e após vários anos de anseios, a venda do antigo Sanatório de Paredes de Coura foi oficializada durante a manhã desta sexta-feira em hasta pública, pelo preço de […]

Vendido. Finalmente e após vários anos de anseios, a venda do antigo Sanatório de Paredes de Coura foi oficializada durante a manhã desta sexta-feira em hasta pública, pelo preço de 582.490 euros a um investidor privado. Aos microfones da Rádio Vale do Minho, o presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, Vítor Paulo Pereira, disse que aquele é português mas prefere manter-se no anonimato. De resto, o autarca socialista fala num “dia histórico” para o concelho. 

E agora? “Tudo aponta para um projeto turístico”, avançou Vítor Paulo Pereira. “A confirmar-se, ficaremos ainda mais contentes. Será determinante para a estratégia que o Município tem vindo e vai continuar a desenvolver”. Atendendo às dimensões do edifício, o presidente da Câmara acredita que poderá mesmo ser um “suporte e uma mais valia para as gentes de Paredes de Coura e para o território com todas as consequências positivas que um projeto desta natureza traz”.

Localizada na freguesia de Mozelos, aquela unidade surgiu em setembro de 1934. Foi uma das três existentes em Portugal para dar assistência aos funcionários dos caminhos de ferro infetados com tuberculose. Em dezembro de 1934, já albergava 20 pacientes. Estava a meia lotação. Em 1955, o número de pacientes no Sanatório aumentou para 70, e em 1962 já chegava aos 200.

 

Vítor Paulo Pereira:  “É o final feliz de uma odisseia de muitos anos onde se navegou por muitos portos. Muita documentação e muita burocracia.”

 

O hospital funcionou até 2002, e desde então o edifício ficou ao abandono, passando por um processo de degradação. Em 2008, o Centro Hospitalar do Alto Minho revelou a intenção de vender o complexo, tendo a autarquia de Paredes de Coura mostrado-se interessada em comprar o edifício e os terrenos em redor. Começava então uma caminhada que duraria mais de uma década com episódios mais preocupantes pelo meio.

Em 2013, o então presidente da Câmara, António Pereira Júnior (PS), classificou como “vergonhosa” a “total degradação” do antigo sanatório, dado que estava a ser palco de jogos de aventura no interior. “Já vi tantas utilizações impróprias daquele espaço, em ruínas. É uma vergonha para quem tem a propriedade do antigo sanatório deixar a situação chegar a este ponto. É uma situação vergonhosa, de degradação total”, afirmou o autarca. Depois de ter sido palco de vários assaltos e local de criação de animais, o espaço estava a ser nessa altura utilizado por grupos de jovens praticantes de jogos de aventura e descoberta, por entre o que ainda restava do antigo espaço de tratamento de doentes do foro mental.

No interior, eram deixadas pistas e o desafio consistia em encontrar a caixa do tesouro, escondida no interior, numa prática conhecida como geocaching e que proliferava através da Internet.

 

Vítor Paulo Pereira: “Não imaginam o trabalho e as canseiras que a autarquia teve neste caminho.”

 

Mais anos de preocupações passaram. Houve deputados a alertar para o problema na Assembleia da República. “É o final feliz de uma odisseia de muitos anos onde se navegou por muitos portos. Muita documentação e muita burocracia”, recordou o Vitor Paulo Pereira. “Com persistência e muito trabalho, a Câmara conseguiu ultrapassar todas as dificuldades. Hoje é um dia histórico!”, exclamou.

Ainda à conversa com a Rádio Vale do Minho, Vítor Paulo Pereira deixava transparecer um espírito a transbordar de felicidade. “A Câmara fez um esforço enorme. As pessoas não compreendiam a demora, mas muitas vezes as pessoas não compreendem também o labirinto burocrático associado a uma transação desta natureza”, realçou. “Não imaginam o trabalho e as canseiras que a autarquia teve neste caminho. Foi um trabalho gigante que chegou a bom porto”, concluiu.

 

[Fotografia: Paulo Santos]

 

Momento da passagem do antigo sanatório para investidor privado pelo preço de 582 mil euros [Fotografia: Tiago Cunha]

 

 

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