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Paredes de Coura

P. Coura: Como era a vila antes de existir o Festival? – Veja o VÍDEO

8 Maio, 2020 - 16:34

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PUB Em 1992 a moeda em Portugal era ainda o escudo. Mário Soares era Presidente da República e Aníbal Cavaco Silva era Primeiro-Ministro de Portugal. O Verão desse ano corria […]

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Em 1992 a moeda em Portugal era ainda o escudo. Mário Soares era Presidente da República e Aníbal Cavaco Silva era Primeiro-Ministro de Portugal. O Verão desse ano corria pacato em Paredes de Coura. A Câmara Municipal era então presidida por António Pereira Júnior (PS).

O Executivo Municipal tinha depositado empenho na requalificação das margens de uma praia fluvial ali existente: o Taboão. As noites estavam quentes e convidativas à festa. Foi, por isso, organizada uma noite de fados. 

O concelho apresentava na altura cerca de 10 mil habitantes. A multidão acorreu em peso para inaugurar o novo espaço de Verão daquele Município que continuava com grandes problemas de acessibilidade.

A grande noite chegou. Fez-se silêncio. O fado começou a ecoar em toda a praia fluvial do Taboão, iluminada de forma festiva. Fileiras de lâmpadas de tungsténio encantavam o povo que aplaudia a mestria das vozes.

Lá atrás, por entre as árvores, um grupo de rapazes passeava e olhava o espetáculo que ia decorrendo. Entre eles, João Carvalho, ainda com 22 anos, um jovem apaixonado pelo mundo da rádio… e da música. “E se fizéssemos aqui um festival?”, lançou alguém para o ar.

A ideia tinha tanto de doida como de fascinante. Puseram mãos à obra. Enquanto a abertura memorável dos Jogos Olímpicos de Barcelona ficava na retina de todos, o grupo de rapazes mergulhava cada vez mais no projeto.

Conseguiram convencer o Município a apoiar com 160 contos (cerca de 800 euros) o primeiro festival. Formaram uma associação e mais tarde constituíram uma empresa, a Ritmos que ainda hoje se mantém com os mesmos sócios.

E num ano tudo mudou. Em 1993 tinha lugar a primeira edição do Festival de Paredes de Coura. Nasceu como o nome de Festival de Música Moderna Portuguesa. O êxito arrastaria os patrocínios nos anos seguintes. Ao palco da edição de 1993 subiram Ecos da Cave, Gangrena, Cosmic City Blues, Boucabaca e Purple Lips.

E depois? Depois foi o que já se sabe. Um festival que foi crescendo a olhos vistos e que modificou literalmente o rosto de uma vila. Os verões passaram a receber enchentes de jovens… e até menos jovens. O comércio iniciou uma faturação nunca antes vista.

Os anos passaram e o festival tornou-se um evento de gerações. Começaram a surgir pais e filhos na plateia. E, lá por fora, várias super-bandas que outrora eram mais pequenas… mas tinham tocado naquele festival. No “Festival dos Afetos”, conforme define João Carvalho, hoje diretor da Ritmos, empresa promotora do Vodafone Paredes de Coura.

Pela primeira vez em 27 edições consecutivas este evento não vai ter lugar. A razão prende-se, obviamente, com as medidas tomadas pelo Governo contra a propagação do novo coronavírus (COVID-19).

“Sempre dissemos que o Vodafone Paredes de Coura é um espaço de amor. E este ano, a palavra amor ganha ainda mais significado porque significa cuidar, proteger e respeitar. Todos, sem excepção. O nosso público, o nosso staff, os artistas, os nossos parceiros, as pessoas da Vila. Este ano o amor é expressado em pausa, em estar quieto. E por todos nós, pela primeira vez, o festival não acontece”, anunciou a Ritmos, empresa promotora do festival.

“As novidades de hoje entristecem-nos profundamente, mas são as mais sensatas. A saúde e a segurança de todos os que fazem este sonho acontecer deve ser sempre a prioridade. Cuidamos de nós e dos nossos, e é isso que nos move”, sublinha a empresa. “A vigésima oitava edição do Vodafone Paredes de Coura acontecerá em 2021”.

E assim, pela primeira vez desde esse ano de 1992, a praia fluvial do Taboão irá recuar àquele tempo… o tempo onde ninguém acreditava que o impossível fosse acontecer ali. No Taboão.

 

Veja como era Paredes de Coura em 1992 [vídeo: Flávio Rodrigues]

 

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