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Um automobilista espanhol ficou com a parte dianteira do carro desfeita após ter atropelado acidentalmente dois cavalos ao princípio da noite desta quinta-feira, na Estrada Nacional (EN 201), União de Freguesias de Cossourado e Linhares, em Paredes de Coura.
Apurou a Rádio Vale do Minho junto dos Bombeiros locais que um dos animais acabou por ser projetado com o embate, tendo tido morte quase imediata. O outro estilhaçou o pára-brisas, tendo entrado literalmente viatura dentro.
O alerta foi registado às 20h37. Ao local acorreram sete operacionais da corporação courense, auxiliados por uma ambulância e uma viatura de desencarceramento. Marcou também presença uma patrulha da GNR.
Apesar do aparato, o condutor do veículo – de nacionalidade espanhola – acabou por sair ileso. “Apresentava apenas algumas escoriações mas não necessitou de transporte hospitalar”, referiu a mesma fonte.
Entretanto, o cavalo que entrou pela viatura dentro “ainda apresenta sinais vitais”. “Aguarda-se a chegada do veterinário para a retirada do animal”.
As circunstâncias em que ocorreu o acidente estão ainda por apurar, mas tudo aponta para que os dois animais se tenham atravessado à frente do condutor que seguia naquela via. A GNR registou a ocorrência.
Gado à solta – Um pesadelo que se arrasta em Paredes de Coura
Conduzir à noite implica cuidados redobrados. Mas em Paredes de Coura, os cuidados têm de ser triplicados ou mais. O gado à solta nas estradas do concelho continua a provocar valentes sustos aos condutores. Sobretudo à noite.
Em dezembro do ano passado, na estrada entre as localidades de Venade e Porreiras, uma automobilista temeu acabar o dia de Natal da pior forma quando um bovino passou à frente do automóvel.
“Atravessou mesmo à nossa frente nessa estrada que tem pouca iluminação. Isto tem sido um problema recorrente!”, disse a condutora temendo que qualquer dia aconteça um acidente com consequências graves. “O animal tinha identificação numa das orelhas”, apontou.
Para além dos sobressaltos que causam na estrada, este “gado vadio” – assim lhe chamam – é apontado como responsável pela destruição de culturas. Responsáveis pelo prejuízo? Ninguém assume.
Em janeiro desse ano, o jornal Notícias de Coura, deu conta do caso de José Queirós, um agricultor residente na freguesia de Cossourado vítima de uma invasão de cavalos sem dono. Destruíram-lhe toda a colheita.
“Isto é um martírio, o gado bravo não nos deixa sossegados”, desabafou o courense, com 79 anos de idade, visivelmente abatido com a situação. “Este ano colhi menos de metade do que costumava colher; não sei o que vai ser da minha vida”.
Gado à solta nas estradas de Paredes de Coura é um problema que se arrasta [foto: Cecília Pereira]
Somam-se os ataques de lobos e de javalis. “Há mesmo quem defenda que a destruição de cultivos explica o aparecimento de animais mortos a tiro ou envenenados”, escreveu o Notícias de Coura.
O Município de Paredes de Coura tem-se mostrado sensível ao problema. Em abril de 2018, a edilidade publicou um Edital onde deu conta que “face às situações de danos e perigo público que vêm sendo reportadas, foi determinada a captura/recolha de equídeos e bovinos adultos que sejam encontrados na via pública ou noutros lugares públicos, fora do controlo e guarda dos respetivos detentores”.
Refere ainda o mesmo documento que “os animais recolhidos ficarão retidos, em local adequado, por um período de oito dias úteis. Os animais retidos que não sejam portadores de qualquer meio de identificação e que não sejam reclamados pelo proprietário, após publicação de edital para o efeito, serão cedidos pela Câmara Municipal”.
[Fotografia: Redes Sociais]
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