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“Do Ser ao Ente” – Autarca em tempos de pandemia

Reflexão “Ontológica”

Artigo de Manuel José Oliveira, Financial Advisor
Presidente da Assembleia de Freguesia de Cambeses, Monção

Acordamos repentinamente para uma nova realidade, num curto espaço de tempo somos chamados a reagir, a contra-reagir e a redefinir; sem fórmula, sem forma e sem fé.

Tempo de “Pan-de-mi-a”, reflexos condicionados, ausência de sentidos e o tempo. Esse, que a cada segundo de cada hora desperta para o borbulhar da dura realidade; confundimos a essência e queremos Ser, mas somos Ente.

Assumimos a inevitabilidade e deixamos o “Ente” para manter o “Ser” acorrentados a uma brutal circunstância que corrói e nos amarra o comportamento.

Cada acção gera uma consequência e a procura de estímulos pavlovianos são uma constante e a nossa reacção é e será sempre a causa natural.

Mas é no equilíbrio dos comportamentos que descobrimos quando somos SER e quando somos Ente.

Em tempo de pandemia, somos o rosto, a imagem e o suporte da esperança mesmo quando a ansiedade persiste e teima em nos bloquear os pensamentos.

É tudo novo!

Recorremos a história para entender, á matemática para enumerar, á estatística para explicar e á lógica para fundamentar. A gnosiologia torna-se disciplina morosa e o tempo da ciência não é nosso. Mas a decisão é agora!

É assim um autarca em tempos de pandemia….

Tempo que fará historia, números que não esqueceremos, decisões, raízes e laços que fortalecemos.

Um dia será passado e deixaremos este legado, ao copista, ao narrador e ao trovador, que pelo sopro do tempo educaremos a ser “SER” e a ser “ENTE”.

[Fotografia: Manuel José Oliveira / DR]

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