A Polis do Litoral Norte apresentou uma candidatura a fundos comunitários para a intervenção de correção do portinho de pesca de Castelo de Neiva, Viana do Castelo, local aonde o assoreamento continua a provocar acidentes.
Segundo explicou hoje à agência Lusa fonte daquela sociedade, a candidatura foi apresentada, no final de outubro, ao Programa Operacional de Valorização do Território (POVT), e prevê um investimento global de 842.951 euros.
Deste montante, 70 % será coberto por fundos comunitários e os restantes 30 % assegurados pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), sendo a obra desenvolvida pela Polis do Litoral Norte.
A mesma fonte acrescentou que, depois de aprovada a candidatura e libertada a verba da componente nacional, a obra tem condições para arrancar em 2013.
Esta empreitada de reestruturação e consolidação do esporão da Pedra Alta, conhecido como o portinho de Castelo de Neiva, é uma das intervenções definidas pelo ministério do Ambiente como “urgentes”, dado afetar a segurança de uma comunidade com cerca de 100 famílias, dependentes da pesca artesanal.
Em 2012, o forte assoreamento e a existência de um rochedo à entrada da barra já provocaram pelo menos quatro acidentes, o último dos quais registado hoje, com um barco de seis metros de comprimento a virar a 50 metros da costa, atingido por um golpe de mar.
Outro caso idêntico, em abril, terminou na morte de um dos dois tripulantes de uma embarcação que também virou na zona.
O quebra-mar construído há cerca de uma década para garantir a segurança dos pescadores acabou por não funcionar, estando hoje o portinho totalmente assoreado e ameaçando as embarcações que saem para a faina.
Entre os investimentos preconizados na candidatura da Polis do Litoral Norte conta-se o desmonte do “palhordinho pequeno”, um dos dois rochedos existentes à entrada daquela barra, com 820 metros cúbicos de rocha.
“Atualmente, as embarcações que pretendem varar na praia, ao passarem junto à zona onde estão referenciados os rochedos do palhordinho, param e aguardam até terem condições de agitação adequadas, passando a zona dos rochedos com velocidade substancialmente reduzida”, lê-se no estudo daquela sociedade, ao qual a Lusa teve acesso.
A operação prevê ainda a retirada de 217.345 metros cúbicos de areia, que forma o atual assoreamento do portinho, a utilizar numa outra empreitada da Polis, nomeadamente no processo de recomposição do cordão dunar, a sul, igualmente em Castelo de Neiva.
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