A “nova” fachada do edifício principal da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, com mais de 400 anos, vai ser revelada na quinta-feira, após uma intervenção de reabilitação que durou seis meses.
“Imagino que será uma surpresa para as pessoas. No fundo, foi uma profunda obra de reabilitação que fizemos em toda a fachada, que faz parte da imagem de marca da cidade”, explicou hoje à agência Lusa o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo.
Segundo Vitorino Reis, as obras arrancaram em julho, custaram 160 mil euros e obrigaram à colocação de uma tela de 320 metros quadrados em toda a dimensão da fachada intervencionada, replicando o edifício original e “escondendo os andaimes”.
Além da reabilitação da pedra e obras de arte da estrutura, foi também colocado um sistema de proteção da fachada do edifício contra dejetos de aves, através de uma “pequena descarga elétrica” ao contacto.
Em plena Praça da República, a fachada deste edifício de três andares serve de postal da cidade de Viana do Castelo já que “não tem paralelo na arquitetura maneirista portuguesa”, descrevem os especialistas, por ter sido inspirada nos modelos arquitetónicos da Europa do Norte.
“Foi um estilo que não vingou. Por isso, sendo único, e com mais de 400 anos, é algo cuja importância da preservação é ainda maior, pela importância nacional que tem. Curiosamente nem se sabe quem a desenhou [a fachada]”, admite Vitorino Reis.
A inauguração da “nova” fachada acontece na quinta-feira, pelas 17:30, com a retirada da tela que serviu de pano de fundo às obras. Durante os trabalhos foi detetado que o edifício afundou cerca de 10 centímetros, devido às águas pluviais acumuladas subterraneamente e que serão desviadas através de um sistema de drenagem a instalar em 2013.
Estas obras representam um investimento global superior a um milhão de euros para recuperação do património construído e propriedade da Santa Casa da Misericórdia naquela zona do centro histórico de Viana, nomeadamente na reabilitação e consolidação de uma igreja, capela e claustros do edifício sede da instituição, além da fachada principal.
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