O novo presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros de Monção anunciou medidas “duras e restritivas”, mas fundamentais para que a “instituição sobreviva”. Recorde-se que, após quatro tentativas falhadas por falta de listas candidatas, devido às dificuldades financeiras que a corporação atravessa, surgiu uma lista única que recebeu confiança dos sócios, no passado dia 29 de Junho.
Durante o seu discurso de tomada de posse, esta quinta-feira à noite, Jorge Almeida garantiu que não vai proceder à redução do quadro de pessoal, mas admite uma reestruturação de modo a adaptá-lo à realidade atual.
Consciente de um caminho “doloroso, mas desafiante”, Jorge Almeida dirigiu alguns pedidos ao presidente da câmara municipal. Atento às dificuldades financeiras do executivo, não pede mais dinheiro, mas luz verde para algumas propostas concretas, como a criação de uma taxa de 0,50 cêntimos por mês cobrados na fatura da àgua a reverter para associação, isenção do pagamento de àgua, e a cedência, durante o Verão, de um espaço para explorar um parque de estacionamento.
O pedido de ajuda solicitado pelo novo presidente dos bombeiros monçanenses estendeu-se também aos presidentes de juntas das 33 freguesias. Jorge Almeida anunciou que a direção vai proceder a um conjunto de visitas para sensibilizar estas autarquias a oferecer alguns donativos.
Jorge Almeida apelou ainda ao espírito solidário da população monçanense, realçando que vão ser realizadas várias campanhas de angariação de sócios. Neste momento, a corporação conta apenas com 3.000 sócios, num universo próximo dos 20 mil habitantes.
Do conjunto de propostas apresentadas para fazer face ao problema financeiro com que se depara, a nova direção dos bombeiros de Monção anunciou ainda a organização dos serviços administrativos, melhoria da comunicação interna entre todos os setores, a alteração do regulamento interno tornando-o mais claro e objetivo, a revisão do regime de isenções no serviço prestado pelos bombeiros. Vai ainda ser formada uma equipa abrangente que ficará responsável pela elaboraração de uma proposta a apresentar à direção, e Jorge Almeida confirma que vai ainda analisar “contrato por contrato e protocolo por protocolo”. Existe ainda a intenção de apresentar candidaturas a fundos comunitários. Medidas que visam a “urgente” redução de custos mensais em aproximadamente 20 por cento para ser uma instituição “sustentável”.
Presente nesta tomada de posse esteve o presidente da Federação Distrital dos Bombeiros que se congratulou com a nova direção, depois de um impasse de meses. Brandão Coelho alertou, no entanto, para a candidatura a decorrer para a aquisição de uma nova viatura. A preocupação centra-se na dificuldade deste processo não se concretizar por falta de verbas, pedindo apoios à câmara municipal.
José Emílio Moreira garantiu “total” apoio à nova direção dos bombeiros do concelho para este e outros desafios que possam surgir.
Recorde-se que a 21 de fevereiro, a direção anterior apresentou a demissão, um mês depois de vencer as eleições, alegando a situação financeira herdada da gestão anterior e que afirmaram desconhecer quando se candidataram
Só a divida a fornecedores da corporação ascendia, no início do ano, a mais de 280 mil euros, mas foi entretanto reduzida em 100 mil euros.
Agora, a nova direção liderada por Jorge Almeida apresentou propostas “restritivas” com vista à sustentabilidade da instituição. Postos de trabalho estão garantidos.
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