Nove mulheres denunciaram ao jornal britânico The Guardian aquilo a que chamaram de “assédio sexual aterrador” nos Caminhos de Santiago.
Segundo aquele jornal, há relatos de ocorrências em Portugal, Espanha e França.
A maioria dos incidentes aconteceu quando as peregrinas estavam sozinhas, em zonas isoladas e, de acordo com a investigação, dizem respeito a casos de homens que se masturbavam ou se tocavam.
Mas há ainda casos de perseguição, toques indesejados, bem como uma situação em que um homem parou um veículo e instou uma peregrina a entrar.
Em Portugal, é relatado o caso de Rosie, uma jovem de 25 anos. No início do Verão passado, contou a jovem àquele diário britânico, estava a caminhar num percurso florestal, quando se deparou com um homem sem calças que se masturbava enquanto a observava.
Tentou contactar a polícia, mas sem sucesso.
“Foi aterrador”, disse.
“Os Caminhos são tão espantosos, porque são tão difíceis, desafiantes (…) mas há este elemento extra que as mulheres caminhantes enfrentam, este enorme problema de segurança, que afeta completamente a sua capacidade de enfrentar os outros desafios ou de o desfrutar da forma como as outras pessoas o fazem”, considerou.
Segundo a investigação, das nove mulheres que partilharam os seus casos, seis denunciaram o sucedido à polícia e só num caso o agressor foi localizado e processado.
Recorda o Notícias ao Minuto que estes incidentes não são novos. Em 2019, por exemplo, um homem, de 78 anos, foi detido em Portugal por raptar e violar uma peregrina alemã, de 24.
Ao The Guardian, as autoridades portuguesas disseram ter recebido, desde 2023, cinco denúncias de peregrinos, todas elas relacionadas com exibicionismo.
Nestes casos, nenhum dos suspeitos foi identificado e não foram efetuadas detenções. Garantem, contudo, que entre maio e outubro, intensificaram as patrulhas em várias rotas de Portugal.
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