A rotunda da Avenida da Galiza, junto ao Rio Park, está a ser embelezada com um motivo alusivo à Eurocidade Monção – Salvaterra de Miño, perpetuando, desta forma, a cooperação territorial, cultural, desportiva e social entre os dois municípios ribeirinhos unidos pelo rio Minho.
Tratando-se de uma zona de grande sensibilidade paisagística e funcional devido à função que desempenha na organização do movimento automóvel, a estrutura em execução pretende assumir-se como um elemento identificativo da Eurocidade Monção – Salvaterra de Miño, enquadrando-se na funcionalidade original da rotunda.
Na conceção, foi pensada uma imagem em semicírculo, virada a Salvaterra de Miño, acolhendo quem vem da ponte internacional, revestindo o volume com pastilha cerâmica vidrada em cor azul, encimada por uma peça em aço corten com iluminação embutida.
Recorde-se que próximo dia 1 de maio, Monção e Salvaterra de Miño vão passar a ser uma Eurocidade. A garantia foi deixada à Rádio Vale do Minho pelo presidente da Câmara de Monção. O autarca adiantou mesmo que a cerimónia vai ser presidida pelo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro. “E isto é só o princípio. Os dois municípios já têm relações bilaterais a vários níveis. Mas queremos que sejam mais profundas. Em Monção somos 20 mil. Do lado de lá são 10 mil. Faremos uma comunidade de 30 mil pessoas para partilhar tudo o que for possível”, explicou Augusto Domingues à Rádio Vale do Minho.
Entre os espaços a ser partilhados, por exemplo, destacam-se as unidades de saúde. “Temos um Centro de Saúde com urgência noturna e o de Salvaterra não tem. Porque não poderão os galegos vir ao nosso Centro de Saúde? Nós temos também bombeiros de excelência”, continuou o edil socialista.
De referir que a Eurocidade Monção/Salvaterra terá também um edifício sede. “Ficará do lado de cá, junto à ponte, nos antigos edifícios da PIDE e da Guarda Fiscal. Acaba por ser histórico, visto que no passado aqueles edifícios dificultavam a passagem”. No novo espaço estará uma técnica responsável pelas candidaturas ao POCTEP (Programa Operativo Cooperación Transfronteriza España-Portugal). “Temos aí um quadro comunitário com dinheiro para as relações inter-fronteiriças. Não há como ter ali uma pessoa habilitada”, concluiu Augusto Domingues.
Geminação foi “o primeiro passo”
Foi no passado dia 28 de março de 2015 que, nas margens do rio Minho, em Monção, foi assinado o protocolo de geminação entre as duas localidades vizinhas. No seu discurso, o presidente da Câmara de Monção abordou os tempos difíceis vividos na região durante o Estado Novo. “Agora as relações são fáceis. Têm vindo a estreitar-se cada vez mais, mas ainda existem barreiras a ultrapassar”, considerou na altura Augusto Domingues. “Temos de partilhar espaços de empreendedorismo para alargar a possibilidade de emprego, a excelência dos nossos bombeiros, a nossa urgência médica, as zonas de lazer comuns, os parques desportivos, os parques empresariais, a cultura e a educação”, defendeu o edil monçanense.
O congénere da Galiza praticamente assinou por baixo as palavras proferidas pelo autarca português. Arturo Grandal considerou nesse dia que “este protocolo é o primeiro passo para a criação da Eurocidade Monção/Salvaterra de Miño. É um documento que assenta nas boas relações que existem atualmente entre vizinhos. E a partir daqui ganham mais impulso as boas relações na cultura, no desporto, no lazer, nas instalações desportivas, entre outros”.
Foi durante esta cerimónia que foi descerrada a placa que deu uma nova designação à ponte internacional. A travessia passou desde então a chamar-se João Verde/Amador Saavedra, em homenagem aos dois poetas raianos.
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