“Estou extasiado! Estou surpreendido! Eu imaginava grandiosidade neste evento, mas aproximar-se da feira do Alvarinho é obra!”. Emocionado, o presidente da Câmara mostrava-se visivelmente satisfeito no discurso de inauguração da Feira da Foda que começou este sábado, na freguesia de Pias, em Monção. Não era caso para menos. Com duas artérias totalmente cobertas por uma carpa e uma outra a descoberto; com dezenas de stands e um palco montado sensivelmente a meio do recinto da Feira e com toques de profissionalismo irrepreensíveis, a opinião do público só poderia ser de espanto logo à chegada. A cada esquina havia sempre um rosto a elogiar os lavatórios numa das entradas, a presença visível de uma ambulância, a facilidade e organização do estacionamento. Pormenores fundamentais que colocavam um sorriso aberto nas muitas dezenas de visitantes logo pela manhã. “Temos de exponenciar este tipo de certames, pois promovem uma terra. O objetivo principal de tudo isto é colocar Monção no mapa através da nossa riqueza turística, do nosso património histórico”, continuou Augusto Domingues perante a massa humana que assistia à cerimónia.
“Queremos tornar Monção um concelho mais visitável. Temos feito um esforço muito grande para recuperar os velhos edifícios para que as pessoas nos visitem pelo nosso património histórico. Mas isso não chega!”, exclamou Augusto Domingues. “Também temos de prender os visitantes pela barriga, dando-lhes o melhor da nossa gastronomia”.
Certificação está… quase
Na reta final do discurso, o autarca socialista recordou o já longo processo de certificação da Foda [que foi obrigada a mudar aí o nome para Cordeiro à Moda de Monção]. “Espero que brevemente eu possa dar a boa notícia de que o Cordeiro à Moda de Monção está certificado”, disse o autarca e foi mais longe. “Muito em breve darei essa notícia à imprensa”.
Recorde-se que no passado mês de janeiro, a diretora da Escola Superior Agrária (ESA) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo disse à Rádio Vale do Minho que “o processo está neste momento na mão da Direção Regional de Agricultura (DRA). Houve alguns atrasos devido à questão da entidade promotora, mas neste momento acho que o processo está a correr bem. Em dezembro tivemos uma reunião com a DRA e penso que agora está tudo encaminhado”. Ana Paula Vale, que também pertence à Confraria da Foda, fez questão de realçar que não é possível prever datas. “Isto nunca depende de nós. Da Direção Regional vai para Lisboa onde terá de ser assinado pelo Ministro e só depois é que será publicado no Jornal da Comunidade Europeia. São sempre processos muito longos mas penso que neste momento está encaminhado”, finalizou.
Emocionado foi também o discurso do presidente da Junta de Freguesia de Pias. Líder de toda a equipa organizadora do certame, Agostinho Correia «convidou» Fernando Pessoa a juntar-se à Feira da Foda. “Deus quis que este evento se realizasse. Nós, homens, sonhámos este evento. E ele nasceu”, iniciou o autarca. Ato contínuo, um longo aplauso. “Trabalhámos muito para esta feira. Não me arrependo de um minuto que seja”, disse Augusto Correia. “Foi pela freguesia, foi pelo concelho e é assim a minha maneira de ser e a maneira de ser da equipa que temos”. Mas o nome do certame acabou por ter impacto. E foi de tal ordem que o presidente da Junta recordou os dias de surpresa. “Nunca esperávamos a dimensão que já tem. Hoje, Pias é falada de uma ponta à outra do nosso país. Agradeço aos patrocinadores, que foram eles os primeiros a acreditar e ao Município que também muito nos apoiou”, concluiu.
PSD e CDS rendidos mas prometem «recados» ao Executivo
O trio de vereadores do PSD e o vereador do CDS-PP marcaram também presença na sessão solene de abertura da Feira da Foda. Aos microfones da Rádio Vale do Minho, António Barbosa, líder social-democrata, manifestou “uma impressão positivíssima. Há três anos atrás, em campanha eleitoral, falei precisamente na necessidade de implementarmos algo que dinamizasse a Foda à Moda de Monção. Neste caso, o local onde este prato teve a sua origem”. “Muito me alegra ver esta iniciativa. A Junta de Freguesia de Pias está evidentemente de parabéns”, reconheceu o vereador do PSD. Todavia, António Barbosa deixou o reparo de que “a Feira da Foda já faz aquilo que teremos de fazer na Feira do Alvarinho durante o dia. A Feira do Alvarinho é uma aposta ganha à noite, mas precisa urgentemente de ser dinamizada durante o dia”. Para o autarca social-democrata, a solução passa por uma maior divulgação. “Todas as iniciativas da Câmara de Monção têm sido divulgadas muito em cima do acontecimento. E nós sabemos que as pessoas gostam de programar a sua vida. Esta feira foi programada a tempo e horas e como tal vamos ter muita gente ao longo destes dois dias”, finalizou.
Já o vereador do CDS, não teve dúvidas em considerar que a Feira da Foda “é um excelente evento! Começou com o pé direito”. “Este é um certame que merece ser apoiado pela Câmara. Toda a organização está de parabéns e espero que seja um evento para continuar”, disse José Luís Alves à Rádio Vale do Minho. No entanto, o autarca centrista deixou também uma nota. “Agora temos um problema. Temos a Feira da Foda e a Festa do Cordeiro [realizada em novembro]”, referiu o autarca centrista para quem estes dois eventos deveriam passar a realizar-se na mesma altura.
Noite deste sábado vai fechar com fogo de artifício e muita música
O primeiro dia da Feira da Foda já vai longo mas ainda há mais na agenda. Ao final da noite, pelas 22h45, realiza-se uma sessão de fogo-de-artifício. A música continua com os Roconorte e DJ Steven Rod.
Neste domingo, a feira abre pelas 10h30 com o Grupo de Bombos “Bombolásticos. Seguem-se as atuações da Charanga “Silêncio dos Indecentes”, Grupo “As Flores da Terra”, Grupo de Bombos “Os Malinos”.
Ao cair do pano, pelas 16h00, vai realizar-se um agradecimento em palco aos patrocinadores. Às 17h00, decorrerá o I Capítulo de Entronização da Confraria da Foda. O certame encerra pelas 18h30 com a atuação dos “Sons do Minho”.
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