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Monção

Monção recebeu este domingo uma das melhores lições de História de sempre

13 Junho, 2016 - 09:33

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Centenas de pessoas assistiram à recriação histórica do encontro entre D. João I e o Duque de Lencastre.

Brilhante. Avassalador. Soberbo. A adjetivação sempre foi perigosa em jornalismo, mas há momentos que deixam pouca ou nenhuma margem para opinião contrária. A recriação histórica deste domingo na Feira Medieval de Ponte do Mouro foi um deles. Antes do espetáculo, a multidão que já se agrupava ao redor da igreja sabia na ponta da língua o que ia ali acontecer. Nunca por certo tanto se tinha falado no encontro entre D. João I e o Duque de Lencastre para assinar o Tratado de Monção. Corria o ano de 1386.
A comitiva portuguesa veio de cima. Os ingleses chegaram da parte de baixo. Os trajes a rigor, as personagens e até os gestos roubavam expressões de admiração ao rosto de muitos dos espetadores. Ninguém queria perder pitada. Um silêncio ensurecedor percorreu a multidão no momento em que ambas as frentes se encontram na “Ponte do Mouro”, tal como há 700 anos atrás. Seguiu-se um diálogo introdutório entre D. João I e o Duque de Lencastre, acompanhado pelo seu tradutor. O realismo da cena impressionava.
Feita a receção, portugueses e ingleses seguiram juntos em cortejo para o local onde o tratado iria ser assinado. D. João e o Duque conversavam. Dialogavam em amena cavaqueira numa interpretação irrepreensível, a roçar a perfeição. E tanto assim foi que o próprio Duque, ao passar numa pequena capela, fez uma pausa. Ajoelhou e benzeu-se. O detalhe de que a Inglaterra era naquele ano um país católico também não foi esquecido. “Viva o rei! Viva D. João! Viva o rei!”, repetia a multidão contagiada pelo espírito intenso vindo dos atores.
Todo este cenário foi assinado pela empresa Cryseia, Animação Turística e Organização de Eventos. No final, a Rádio Vale do Minho falou com Bruno Lopes que interpretou o rei D. João I. “Correu muito bem! Este é sempre um trabalho de especificidade, de pesquisa. Na Cryseia temos um trabalho de pesquisa sistemático. Temos uma experiência de quase 20 anos em recriações históricas”, disse. Questionado sobre o balanço desta Feira Medieval, Bruno Lopes não tem dúvidas de que a iniciativa deverá repetir-se para o ano. “Basta ver a afluência de público. Para primeiro ano, superou as expetativas a todos os níveis”, concluiu.
As opiniões positivas e os elogios aos atores e à organização choveram de todos os lados ao cair do pano. Mas isto, como em tudo na vida, há sempre aqueles momentos mais cómicos a recordar – os chamados ‘bloopers’. Um deles aconteceu entre a comitiva inglesa antes de entrar em cena, na Ponte do Mouro. Efusivo, o comandante das tropas dizia aos soldados: “Steady… steady… [Firmes… firmes]”. Logo depois perguntou com voz forte e patriótica: “Are you with me? [Vocês estão comigo?]”. Silêncio. Até que do fundo do pelotão surgiu a resposta: “No! [Não!]”. Gargalhada geral entre os espetadores mais curiosos que ali se encontravam.
De referir que esta recriação histórica enquadrou-se na iniciativa “Ponte do Mouro Medieval” que decorreu entre sexta-feira e este domingo em Barbeita/Ceivães, Monção. A iniciativa constou de uma Feira Medieval, acompanhada de um conjunto de atividades alusivas à época promovidas pela Cryseia, empresa especializada, com a colaboração de meia centena de pessoas das duas freguesias e elementos da associação Buraca da Moura.

Veja o vídeo aqui [copie o link para a barra de endereços]:
https://www.facebook.com/RadioValedoMinho/videos/1077677545636167/

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