“Não tenho dúvidas de que sairemos daqui mais enriquecidos. Espero que estas jornadas correspondam ao sucesso ambicionado e merecido”. As palavras foram ditas esta sexta-feira por Paulo Esteves, vereador na Câmara de Monção, durante a cerimónia de abertura das I Jornadas do Vale do Minho. A iniciativa, que se prolonga até este sábado, é subordinada ao tema “A cultura e a língua portuguesa”. O autarca citou Friedrich Von Schiller, dramaturgo alemão, e disse que «a língua é o espelho de uma nação». “Não poderia estar mais de acordo”, disse Paulo Esteves. “A língua é um bem precioso que devemos preservar e valorizar. Fazendo-o, estamos a proteger a nossa história, os nossos ancestrais, a nossa identidade coletiva e o futuro dos nossos filhos”, referiu.
Entre os participantes nestas jornadas contam-se o Reitor Emérito da Universidade de Lisboa e candidato às eleições presidenciais, António Sampaio da Nóvoa, os autores Francisco Moita Flores e Alberto Santos. “Neste desafio constante de preservação do nosso idioma, é importante evidenciar um ato de respeito e de compromisso pelos valores locais. Devemos defender a língua portuguesa sem desvirtuar a especificidade própria de cada região do nosso país ou dos restantes países da lusofonia”, defendeu o autarca. “Por esta razão nunca interiorizei o acordo ortográfico. Na minha modesta opinião, não está correto. O desenvolvimento faz-se na diversidade e na proximidade entre povos. Se todos gostássemos de prosa, o que seria da poesia?”, questionou Paulo Esteves. “Precisamos fortalecer a nossa língua. Algo que não se faz por decreto mas com vontade e com empenho. E desta forma estamos a homenagear Luís Vaz de Camões, Fernando Pessoa, José Saramago e tantos outros que pela escrita levaram a alma lusitana aos quatro cantos do mundo”, acrescentou. “O que falamos é aquilo que somos. A nossa história é a nossa força”, concluiu Paulo Esteves.
Este sábado o programa inicia-se pelas 9h30, com o painel “A nova língua portuguesa”, com intervenções de Raquel Ramos, da Rede de Bibliotecas Escolares, que falará sobre “A leitura e a escrita na era digital”, e Augusto Silva, da Universidade Católica Portuguesa, que abordará “O que está a mudar na Língua Portuguesa”.
O programa prossegue com o painel “Educação Literária”. Previstas as conferências “Educação Literária Clássica”, de Candido Martins, da Universidade Católica Portuguesa, e “Educação literária e os novos autores”, de Alberto Santos, autor.
A parte de tarde inicia-se às 15h00 com o painel “Galaico-Português”, o qual engloba uma comunicação de Luis Garcia Soto, da Universidade de Santiago de Compostela, denominada “O pensamento e a língua galega”, e Olinda Sousa e Santiago Veloso que abordarão a experiência de “Ponte nas Ondas”.
O último painel “O ensino da língua portuguesa” compreende conferência “A construção de um espaço educativo em língua portuguesa”, de António Sampaio da Nóvoa, e “Cultura e valores em português”, de João Duque, da Universidade Católica Portuguesa.
O encerramento das jornadas, com organização do Centro de Formação do Vale do Minho, Câmara Municipal de Monção e Universidade Católica Portuguesa está previsto para as 18h30. Segue-se um Alvarinho de Honra no Museu do Alvarinho.
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