PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Monção

Monção: Orçamento Municipal chumbado pelo PSD e CDS – Município vai receber 2016 em gestão corrente

7 Dezembro, 2015 - 19:02

279

0

PSD classificou o documento como um ‘orçamento pobre’ e de ‘um executivo sem ideias’.

[Atualizada 22h42]

PSD e CDS-PP de Monção chumbaram esta segunda-feira as Grandes Opções do Plano e o Orçamento para 2016 apresentadas pela vereação socialista. O voto contra dos social-democratas foi essencialmente justificado pela insatisfação relativamente à transferência de verbas para as freguesias. Os números do PS propunham cerca de 1 milhão e 300 mil euros. O PSD reivindicava 1 milhão e 500 mil euros. Após acesa negociação, o presidente da Câmara, Augusto Domingues, chegou mesmo a fazer à vereação ‘laranja’ uma contra-proposta: subir aquele valor para 1 milhão e 425 mil euros. O PSD não aceitou e votou contra o documento. O PSD classificou-o mesmo como um “orçamento pobre” e de “um executivo sem ideias”. Pela voz do vereador João Garrido, os social-democratas consideraram que “a primeira coisa que sobressai na análise são os parcos valores do investimento”. O autarca defende por isso que o dinheiro deveria ser canalizado “para aquilo que é prioritário”. João Garrido alertou para “as freguesias que ficaram afetadas pela obra do Minho Parque. Este parque vedou já uma estrada que era um espaço público que pertencia às pessoas da Lapela e Lara. Ficaram apenas com um caminho alternativo, mas que não tem condições. Essa obra tem de ser prioritária”, sublinhou. Na análise global ao orçamento, João Garrido considerou que “não é mais do que uma cópia do orçamento do ano anterior. Grande parte das obras transitam de um ano para o outro. Este orçamento não reflete o crescimento que o PS [de António Costa] diz que a economia portuguesa vai ter”.

“Poder perpetuado dá nisto”

Ainda pelos social-democratas, o vereador António Barbosa lamentou a fraca inovação patente no orçamento apresentado pelo PS. “Este Executivo não é mais do que a continuação de 16 anos de governação socialista. Isto é uma amostra de que o poder perpetuado dá nisto. Dá no amorfo. As ideias são sempre as mesmas”. O autarca insistiu no aumento da transferência de verbas para as juntas de freguesia. Como critérios de distribuição, o PSD propôs que população e área da freguesia tivessem igual relevância neste campo. António Barbosa lançou para a mesa o valor de 1 milhão e 500 mil euros. As cifras do orçamento mostravam 200 mil euros abaixo do que era pedido pelos social-democratas. O dirigente ‘laranja’ deixou desde logo claro que, se esse valor não fosse corrigido, o PSD iria votar contra. Entre outros apontamentos, António Barbosa sugeriu “colocar mais gente no serviço de finanças de Monção. Um ou dois salários por ano que gastemos com mais dois funcionários a trabalhar e orientados apenas para a área do património. Não tenha dúvidas de que, por esta via, consegue um aumento de 10% nos Impostos sobre o Património”.
Do lado do CDS-PP, o vereador Abel Batista lamentou sobretudo a pouca atenção dada à criação de emprego. Sobretudo para os jovens. “O que é que as pessoas escolhem para estar ou não numa terra? A primeira coisa que nos vem à cabeça é emprego. E se tiver emprego, tem ou não tem escola, tem ou não tem hospital… as pessoas saem ou ficam num sítio por causa do trabalho. Se não tivermos uma forte aposta no emprego, não vale a pena estarmos preocupados com isto”. O autarca centrista referiu que este orçamento “é coerente com a visão socialista mas não é coerente com a realidade”. Defendeu por isso que deveriam ser criadas “duas incubadoras de emprego” em Monção, sobretudo destinadas aos mais jovens por forma a promover a sua fixação no concelho. Abel Batista deixou ainda a ideia de “construir um espaço, um pavilhão onde possam instalar-se pequenas unidades industriais para pessoas que queiram iniciar a sua atividade e encontrar um sítio para trabalhar. Desde pequenas oficinas, passando pelos automóveis até à carpintaria”.

Augusto Domingues: “Este é o orçamento mais sério de sempre”

Numa análise geral, Augusto Domingues viu-se obrigado a deixar para trás um documento que considerou ser de boas contas e “o mais sério de sempre”. “Com este panorama, é óbvio que não estamos a comprometer o futuro. Quem quer que venha a ser o presidente da Câmara, com estas contas não terá problemas de maior”, disse o edil socialista. Um orçamento, referiu ainda o autarca, marcado por medidas de índole social. “Nesta circunstância de crise, temos de ajudar as pessoas mais desfavorecidas. Sendo assim, mantemos o IMI no nível mais baixo [0,3]. Costumo dizer até que em Monção vive-se bem e vive-se barato! Mantemos as taxas baixas. Não lhes mexemos. Só mesmo naquelas em que o regulador nos obriga”, continuou Augusto Domingues. “Na agricultura vamos continuar a investir na promoção do Alvarinho. O emparcelamento é também uma prioridade e temos já mais de três milhões de euros destinados a este item. Temos também alguns itens moncanenses a precisar de promoção no exterior, como é o caso da Coca. Vamos tentar também aprimorar os vários eventos que vocês conhecem, como o Festival do Cordeiro, a Feira do Alvarinho, a Lampreia e a Senhora das Dores”.
Na hora da votação, toda a direita votou contra este orçamento situado nos 17,7 milhões de euros. O Município vai, assim, entrar no próximo ano em cenário de gestão corrente. À semelhança do que aconteceu há dois anos, a autarquia assumirá apenas o pagamento de vencimentos, dívidas e contas.
A vereação deverá voltar a reunir em janeiro para a elaboração de novo orçamento que, a ser aprovado, seguirá para a sessão da Assembleia Municipal agendada para o mês seguinte.

Últimas