Monção não vai participar na edição deste ano do Alvarinho Wine Fest, em Lisboa. A decisão foi comunicada esta segunda-feira pelo presidente da Câmara em reunião do Executivo Municipal. O certame, que já somou duas edições (em 2015 e 2016), é promovido pelo grupo Cofina e vinha contando com o envolvimento dos Municípios de Monção e Melgaço. Em 2016, o evento realizou-se no Patio da Galé. Os custos rondaram os 400 mil euros e cada uma das autarquias contribuiu com 65 mil euros. Só que desta vez, Monção não está disposta a alinhar. “Eu pugno pela união. Monção e Melgaço são pequenos… mas se nos separarmos, ainda pior. Mas Melgaço não nos gere de maneira nenhuma!”, sublinhou desde logo Augusto Domingues.
Na sua intervenção, o edil socialista explicou que antes da Páscoa teve uma reunião com os grandes produtores de Alvarinho do concelho. Foi deste encontro, continuou Augusto Domingues, que emanou em definitivo a resposta negativa à participação monçanense num eventual III Alvarinho Wine Fest. “Seguiu-se uma reunião com a Cofina onde lhes disse que não posso ir para Lisboa com gente que não quer ir! Com gente contrafeita não vamos!”.
No campo financeiro, o presidente da Câmara lembrou ainda que “se tivéssemos de ir novamente [a Lisboa], teria de trazer aqui o plano de custos. A ida custaria 65 mil euros e teriam de ser trazidos aqui, até porque nem no Orçamento isso está pautado”.
De resto, Augusto Domingues terminou o discurso procurando desdramatizar o cenário. “As coisas são assim. Pugno pela união, mas se de vez em quando tivermos de dizer algo em contrário, não podemos estar subjugados pela opinião lateral. Temos a nossa própria opinião”, reiterou. “Monção é uma comunidade de excelência. Tem de ter palavra e não vamos a reboque do que um ou outro vizinho possa dizer”, finalizou.
Sobre esta decisão do Município, a vereação do PSD não se mostrou propriamente contra. No entanto, o vereador João Garrido esclareceu que o partido “não foi ouvido nem achado sobre a intenção de ir ou não ir a Lisboa”. Já o líder social-democrata, António Barbosa, acabou por manifestar o seu agrado com a intenção lançada pelo presidente da Câmara em procurar uma outra estratégia de promoção do Alvarinho. Augusto Domingues terminou mesmo a esboçar um evento numa grande unidade hoteleira com a presença de enólogos e sommeliers. “Completamente de acordo”, afirmou António Barbosa.
Presidente da Adega Cooperativa já chumbava Wine Fest
Em abril do ano passado, o presidente da Adega Cooperativa de Monção já se mostrava desfavorável à participação de Monção e Melgaço numa nova edição do Alvarinho Wine Fest, em Lisboa. Durante o programa “Radiografia” transmitido nesse mês pela Rádio Vale do Minho, Armando Fontaínhas não guardava boa memória da primeira edição. “Não correu bem. Acho que deveria ser mudado o princípio de como é feita aquela feira. Acho que aquela feira é uma tentativa de replicar o conceito da feira e da festa do Alvarinho que fazemos em Monção e Melgaço, que são fantásticas. São muito boas para a nossa região, mas a sua replicação em Lisboa não será boa estratégia”, considerou o também deputado municipal pelo PSD. Mas Monção acabou mesmo por estar presente em 2016. No final, o balanço foi de 7.700 visitantes no Pátio da Galé.
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