Luz verde total para as obras no centro histórico em Monção. O Executivo Municipal local aprovou esta quarta-feira o projeto de intervenção em várias artérias da vila. As envolventes da Antiga Estação da CP, Rua 25 de abril e Rua Pimenta de Castro receberam aprovação por unanimidade. Somente o projeto previsto para a Praça da República mereceu o voto contra da oposição socialista. “Em política temos de ser coerentes. É um projeto onde não nos revemos, de todo”, disse Paulo Esteves, vereador pelo PS à Rádio Vale do Minho. “Como é público, o PS tinha já um outro projeto que estava em andamento e que foi chumbado por esta maioria PSD, indemnizando o empreiteiro. Não faria qualquer sentido, portanto, votar favoravelmente esta obra”, explicou o também coordenador da concelhia socialista.
Para além de se assumirem como “coerentes”, os socialistas apontaram ainda várias críticas à nova Praça da República. “Há gostos para tudo, mas eu não me revejo naquela praça. Vai retirar muita identidade e a coesão a Monção”, avalia Paulo Esteves. “Estava à espera de melhor! É evidente que a primeira opção seria o projeto que nós tínhamos”, reiterou o autarca que fez ainda questão de justificar o voto favorável dos socialistas nos restantes projetos. “O PS está na oposição de uma forma construtiva. Não fazemos a política do bota abaixo. Votámos a favor aquilo que entendemos que deveria ser votado a favor. Monção está acima de tudo!”, concluiu.
Barbosa: “A posição do PS reduz-se a seguir a opinião de meia dúzia de pessoas que são do contra”
Na resposta, o presidente da Câmara (PSD) avançou desde logo à Rádio Vale do Minho que espera ver já máquinas no terreno em finais do próximo mês de novembro. António Barbosa mostrou-se surpreendido com o voto contra dos socialistas no que diz respeito à Praça da República. “Eu compreenderia a posição do PS se o partido se abstivesse, dizendo que aquele não é o projeto deles. Não se vota contra obras, a não ser que haja um fundo muito forte na questão como aconteceu quando o PSD – no tempo em que era oposição – votou contra a intervenção na EN 101″, referiu o edil monçanense. “O PS continua hoje a usar os mesmos argumentos que levaram o partido a perder as eleições no ano passado. O PS não teve em 2017 a capacidade de ter um caminho. Andou à deriva do que pensam os outros e aqui, na Praça da República, aconteceu exatamente o mesmo”, disparou Barbosa. “A posição do PS reduz-se a seguir a opinião de meia dúzia de pessoas que são do contra e o partido acaba sempre por ter receio de colocar-se ao lado de quem vai avançar com a obra. Isso é sempre o primeiro passo para uma grande derrota”, prosseguiu o presidente da Câmara.
O valor total das intervenções, com apoios comunitários, deverá rondar os três milhões de euros. Deverão estar totalmente concluídas em dezembro do próximo ano.
Veja as imagens da futura Praça da República que mereceram o voto contra do PS:
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