Faleceu esta terça-feira, aos 92 anos de idade, o Padre Agostinho Caldas Afonso, antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Monção.
Natural da freguesia de Longos Vales, em Monção, começou o ministério pastoral no Arciprestado de Arcos de Valdevez.
Os quatro primeiros anos de pastoreio ocorreram em Cabreiro, Arcos de Valdevez.
“Por determinação de D. Francisco Maria da Silva, seguiu-se Pias, a paróquia por excelência, tanto que levaria a apelidá-lo e torna-o conhecido como “senhor abade de Pias”, que o acolheu em 1962, e durante cerca de seis décadas – uma vida extensa e intensa, sem reclamar reforma sequer aos quarenta – como guia espiritual, pacificador e unificador do rebanho, condutor pelos caminhos da Verdade e do Bem”, descreveu à Rádio Vale do Minho o atual Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Monção, Armindo Ponte.
“A sua ação pastoral foi relevante em todos os contornos, embora a “Função dos Passos” lhe revelasse as suas exímias qualidades e o excelente Pregador, numa vertente que se alastrou a outras bandas da região, mormente a participação e dinamização dos tríduos e Romaria do Senhor do Bomfim, que muita gente viveu e ainda hoje preserva na memória”, prossegue,
Paralelamente, a ação social paroquial – para além da grande intervenção na Santa Casa da Misericórdia de Monção – conduziu-o à criação e entrada em funcionamento do Centro Social e Paroquial de Pias, que também ostente seu nome, uma mais-valia imprescindível na zona do Gadanha, cujo território abrange.
Ainda no domínio pastoral, a partir de 1977 – quase em simultâneo com a nova Diocese de Viana do Castelo – alargou o seu âmbito de paroquialidade a Taias e Barroças, onde permaneceu mais de quatro décadas, bem como a Santa Maria de Abedim, anos depois, em 1980, por ali se mantendo enquanto as forças físicas o deixaram.
Foi também Pedagogo e Professor. Centenas de jovens receberam o seu impulso em bases de formação cristã e ética, enquanto alunos de Educação Moral e Religiosa Católicas, em largos anos, na Escola Secundária de Monção, e a partir de 1991, na C+S de Pias, a Escola pela qual lutou, freneticamente, na sua missão de “promotor e defensor do seu povo” (como bem consta no busto em sua homenagem, no adro paroquial) e a cujos órgãos pertenceu, desempenhando funções de Presidente do Conselho Diretivo, como que em recompensa de seus atos de esforço, dedicação e luta, pelo progresso das suas gentes.
Assumiu as as funções de dirigente, quer na Cooperativa Agrícola dos Lavradores, quer na Adega Cooperativa Regional de Monção, as duas maiores estruturas do seu tempo.
Destacou-se ainda, conforme referido, como provedor da Santa Casa da Misericórdia de Monção.
“Como Provedor, essencialmente como Amigo, muitos anos a seu lado, apesar de, ao longo dos anos, notar facilidade em escrever algumas frases, jamais senti tanta amargura e tamanha dificuldade em articular esta mensagem, que já é de profunda saudade, pela impossibilidade de conseguir resumir tão numerosas qualidades e testemunhos deste vulto enorme do Humanismo monçanense”, destaca Armindo Ponte.
“Caminhamos lado a lado, sentimos alegrias e comungamos dissabores, sempre com intuito de engrandecermos a Instituição. Quis a Providência Divina, quiçá também pela ordem natural das coisas, que tomasse o outro caminho – da vida definitiva – um pouco adiante. Mas não nos separaremos, e no nosso próximo encontro retomaremos o nosso abraço.
Esta quarta-feira decorrerá uma vigília às 21h30 na Igreja Paroquial de Longos Vales.
O funeral do sacerdote está marcado para quinta-feira, às 10h30, na mesma Igreja.
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