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Monção

Monção: Estalou o verniz entre Augusto Domingues e José Adriano Cruz

26 Junho, 2018 - 11:56

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Estalou o verniz entre Augusto Domingues e José Adriano Cruz. O primeiro, vereador pelo PS na Câmara de Monção, perdeu a paciência, em reunião do Executivo Municipal, com o antigo […]

Estalou o verniz entre Augusto Domingues e José Adriano Cruz. O primeiro, vereador pelo PS na Câmara de Monção, perdeu a paciência, em reunião do Executivo Municipal, com o antigo vereador e também fundador do partido no concelho que vinha pautando as suas intervenções, na altura do público, por várias alfinetadas dirigidas ao próprio partido. O caldo começou a entornar quando Augusto Domingues anunciou o agendamento de uma reunião dos socialistas com o presidente da Câmara, António Barbosa (PSD), para discussão do regimento da Câmara e da Assembleia Municipal. “Entendemos que o regimento não está a ser cumprido. O público deve apresentar questões mas não pode fazer política. Quem faz política é o órgão”, defendeu o vereador socialista, sem referir nomes. “Nós queremos é que isto corra bem, para que isto um dia não descambe! Pode descambar e nós não queremos”, avisou Augusto Domingues.

 

 

Só que descambou. Na período de intervenção do público, José Adriano Cruz foi dos primeiros a usar da palavra. “Depois de ouvir tudo o que ouvi, no início tive grande dificuldade em conter as risadas. Já me habituei a que, nas reuniões de Câmara, a que as intervenções da oposição não tragam nenhum valor acrescentado…”. Foi então que o vereador Augusto Domingues interrompeu. “Isto não é possível! Este senhor está a fazer política!”, exclamou. Virou os olhos para o presidente da Câmara. “O senhor é responsável pelo controlo do regimento. O público pode apresentar questões! Não pode fazer política”, disparou Augusto Domingues.

 

 

Barbosa viu-se obrigado a intervir. E assim como Augusto Domingues avisou no início, o presidente da Câmara respondeu com nova advertência. “Se vocês vão para essa reunião pessoal comigo com o objetivo de cercear o público de intervir, é escusado sequer baterem-me à porta”, disse o edil monçanense em tom firme. “Eu não tenho visto intervenções políticas. Tenho visto intervenções de gente que tem direito a vir às reuniões de Câmara. Que ouve aquilo que dizemos e tem direito a dizer o que pensa de uma forma incontida no tempo. Isto é democracia!”, exclamou Barbosa. “Eu não quero cercear palavra nenhuma! Só quero que o regimento siga!”, replicou Augusto Domingues. A discussão estava a subir de tom. António Barbosa puxou o travão de mão e devolveu a palavra a José Adriano Cruz.

 

 

O antigo vereador do PS, que chegou a roubar em 1994 a maioria absoluta ao PSD, começou por citar Mário Soares. “Todo o cidadão tem direito à indignação”. Mostrou-se de seguida “ofendido” com o termo “descambar” aplicado no início da reunião por Augusto Domingues. “Isso é uma ameaça! Isso é uma ameaça! Nós estamos num país democrático”, prosseguiu. À boleia do regimento, José Adriano Cruz lançou uma questão. “Qual a razão de eu não ser convocado para as reuniões do PS? Tenho as quotas em dia! Porque é que me vedam as reuniões? Faço-lhes sombra aos 76 anos que tenho?”, perguntou.

 

 

“Vou à Assembleia Municipal. Dão-me três minutos para falar e até me tiram o microfone. Venho para aqui e querem por-me a mordaça! Mas afinal o que sou eu?”. A crispação do antigo vereador com o PS tornava-se evidente. “Recriámos o partido em Monção! Ganhámos eleições em que eu tirei a maioria ao PSD. E agora querem expulsar-me… só que os estatutos não deixam”, concluiu com um sorriso. A vereação socialista não deu qualquer resposta.

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