Monção e Melgaço surpreendidos com alargamento da denominação exclusiva do Alvarinho

Os municípios de Monção e de Melgaço foram hoje surpreendidos com a notícia da decisão de alargamento da denominação exclusiva do Alvarinho a toda a Região dos Vinhos Verdes, aprovada ontem em reunião da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), realizada em Vale de Cambra.
A notícia, conhecida através da edição de hoje do Diário de Aveiro dá conta dessa mesma decisão que, tendo ainda de ser ratificada pela tutela, “vem abrir um precedente ímpar e gravíssimo, de consequências económicas e sociais insondadas”, escreve a autarquia em comunicado.
Em comunicado conjunto, os autarcas de Monção e de Melgaço, Augusto Domingues e Manoel Batista, consideram esta decisão “inqualificável e inexplicável no momento em que a Sub-Região luta arduamente pela definição de uma estratégia de afirmação e de diferenciação, indo inclusivamente contra a Resolução da Assembleia da República n.º 47/2014, que recomenda ao Governo que mantenha a exclusividade da produção de “Vinho Verde Alvarinho” na sub-região de Monção e Melgaço”.
Recorde-se que foi publicada, no passado dia 6 de Junho, em Diário da República a resolução, aprovada a 9 de Maio, que recomenda ao Governo a manutenção da exclusividade da produção de Vinho Verde Alvarinho na sub-região de Monção e Melgaço, “impedindo o eventual alargamento desta Denominação de Origem a outras sub-regiões de produção vinícola”.
A resolução recomenda ainda ao Governo que “garanta sem modificação ou alargamento a proteção da designação Vinho Verde Alvarinho somente para os vinhos brancos da casta Alvarinho produzidos na sub-região de Monção e Melgaço”.
A produção de vinho alvarinho movimenta dois mil produtores e engarrafadores dos concelhos de Monção e Melgaço, num volume de faturação anual que ascende a 25 milhões de euros, sendo mesmo uma das uvas mais caras do país. São números da Associação de Produtores de Alvarinho que dizem ainda que a exportação de vinho alvarinho representa 10% do total das vendas anuais deste produto, sobretudo para mercados da América do Norte e Norte da Europa, além de outros países com forte presença de emigrantes portugueses como a França.