O destino das Termas de Monção vai subir à mesa do Executivo Municipal na próxima segunda-feira. O presidente da Câmara, António Barbosa, e restante vereação vão reunir na freguesia de Tangil. Entre os vários pontos da ordem de trabalhos da sessão camarária está a apreciação e votação de proposta de tomada de posição relativamente à Concessão de Exploração do Edifício do Estabelecimento Termal de Monção.
Recorde-se que na reunião de Câmara do passado dia 28 de agosto, ainda com Augusto Domingues (PS) aos comandos do Município, o PSD perdeu a paciência com as Termas locais. Os sociais-democratas defenderam veemente a Municipalização do espaço. A justificar esta posição, está o cenário de rendas em atraso que se arrasta há vários anos. Após ter analisado a documentação solicitada sobre a situação em que se encontram as Termas, o PSD revelou que “à data em que nos apresentaram o documento, a dívida já ascendia a 90 mil euros”.
Taxativo, o vereador António Barbosa [na altura líder da oposição] lamentou “uma empresa que não está a fazer aquilo que deve fazer, que é colocar as termas ao serviço do Município. É uma empresa que não paga as rendas e o edifício está nas condições em que está”. Perante este cenário, o líder do PSD defende imediata notificação com prazo à entidade ou então a rescisão do contrato “que é aquilo que já deveria ter sido feito há muito tempo”.
António Barbosa: “Não devemos ter problema nenhum em Municipalizar as Termas. Não me parece que, empregando um número tão diminuto de pessoas, as Termas sejam um problema.”
De voz firme, o vereador considerou nessa reunião que “não devemos ter problema nenhum em Municipalizar as Termas. Não me parece que, empregando um número tão diminuto de pessoas, as Termas sejam um problema”. “Se as Termas não estão a dar vida à nossa economia local, continuo sem perceber como é que nos afastamos das nossas responsabilidades”, atirou o autarca do PSD que desafiou mesmo a gestão socialista a ter “coragem política para resolver de uma vez por todas este problema”.
A fechar a intervenção, o líder da direita foi profético. “Eu gostaria de ver no próximo mandato – e vou ver de certeza, porque vamos ganhar as eleições para a Câmara Municipal – uma t-shirt mais bonita que dissesse não só «Coca, Foda e Alvarinho» mas também «Termas». Isto no sentido de também este espaço levar o nome do concelho lá fora e trazer gente para Monção”, concluiu António Barbosa.
Augusto Domingues: “Respeito muito a gente que lá trabalha e é isso que me prende nas decisões”
Na resposta, o então presidente da Câmara mostrou-se disponível para discutir o destino das Termas em reunião de Câmara mas só no início do mandato seguinte. “Não vai ser o Executivo que vai decidir! É o órgão que vai decidir! Seria cómodo, mediante os números, eu chegar lá e fazer um despacho mas eu respeito muito a gente que lá trabalha”, sublinhou Augusto Domingues. “E é isso que muitas vezes me prende nas decisões”, confessou o edil socialista.
O edil socialista admitiu nessa sessão que poderia ser tomada uma atitude emanada de uma das duas reuniões de Câmara agendadas para setembro. No entanto, devido “ao período eleitoral, poderíamos adiar essa decisão. Não ficaríamos mais pobres se a dívida das Termas se mantiver mais uns tempos”. Ainda assim, garantiu Augusto Domingues, “se o PSD ou o CDS-PP vierem com uma proposta, cá estaremos para a votar”. Para além da equipa clínica, o balneário termal de Monção conta ainda com seis trabalhadores.
Entretanto realizaram-se as eleições autárquicas. António Barbosa (PSD) é hoje o presidente da Câmara de Monção e governa com maioria. A reunião de Câmara da próxima segunda-feira está marcada para as 21h00. Vai ter lugar no Centro Cultural do Vale do Mouro, na freguesia de Tangil.
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