“Espero muito público”. O desejo, simples e claro, é da atriz Custódia Gallego que vai estar em Monção no próximo sábado com a peça “A Noite da Dona Luciana”. Trata-se de uma comédia irreverente e florida, ao estilo de Copi. A peça dilui as fronteiras entre a imaginação e os estereótipos vinculados pelo inconsciente coletivo, estabelecendo uma ácida caricatura humorística que vai desde a realidade quotidiana aos confins do absurdo e da extravagância.
Em entrevista exclusiva à Rádio Vale do Minho, Custódia Gallego mostrou-se curiosa e até mesmo ansiosa com a visita ao ‘berço do Alvarinho’ que se aproxima. Questionada sobre o que conhece de Monção, a atriz soltou uma gargalhada. “Sei que é no norte. Sei que vou ter de conduzir quatro horas e 18 minutos. É no Alto Minho, não é?”. Respondemos afirmativamente, claro. Mas a Rádio Vale do Minho tinha ainda mais uma ‘cartada’ na manga. “Ainda não faz a mínima ideia do que é a Foda à Moda de Monção, pois não?”. “O que é o quê?…”, perguntou imediatamente a atriz. Mais uma gargalhada. Repetimos a questão. “A Foda à Moda de Monção há-de ser como cada um quiser”, respondeu Custódia Gallego de forma erudita. Os risos estavam impossíveis de conter ao microfone. Passámos à explicação. “Espero provar esse prato”, disse em ambiente totalmente descontraído.
Custódia Gallego: “Se me acenarem com um trabalho fantástico em teatro, eu vou a correr. Se me acenarem com um trabalho fantástico em televisão, eu vou a correr”
Aos 58 anos de idade, Custódia Gallego é hoje uma das atrizes com maior presença regular em televisão. Já integrou elencos de várias novelas televisivas mas já trabalhou também no cinema em filmes de Monique Rutler, Joaquim Leitão e António Ferreira. Atualmente, em gravações, faz parte do elenco da novela Paixão cuja transmissão está entregue à SIC. Questionada pela Rádio Vale do Minho sobre se prefere televisão ou teatro, Custódia Gallego foi taxativa. “Nem uma coisa nem outra. O que me interessam são bons trabalhos”, disse. “Se me acenarem com um trabalho fantástico em teatro, eu vou a correr. Se me acenarem com um trabalho fantástico em televisão, eu vou a correr”, garantiu.
Sobre o espetáculo do próximo sábado, no Cine Teatro João Verde, a sinopse revela que “num teatro acontece um ensaio tardio, onde estão presentes o encenador, a atriz e o técnico. O ensaio é interrompido por uma velha stripper transsexual, que se envolve num confronto com a companhia, lançando o espetador numa espiral entre a verdade e o delírio, a paixão e o humor negro”.
Este espectáculo, que recebeu duas nomeações para os prémios da Sociedade Portuguesa de Autores (melhor espectáculo do ano e melhor atriz do ano – Rita Cruz), é uma produção do Teatro do Elétrico, com encenação de Ricardo Neves-Neves, figurinos de José António Tenente, e interpretação de Custódia Galego, José Leite, Márcia Cardoso, Rafael Gomes, Rita Cruz e Vítor Oliveira.
Os bilhetes, no valor de 10 euros, podem ser adquiridos na Loja Interativa de Turismo ou uma hora antes, no local do espetáculo. O início está previsto para as 21h30.
[…] A Rádio Vale do Minho falou com a atriz principal da peça. Pode lê-la AQUI: […]