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Monção: Começou a fazer Roscas aos cinco anos – “O segredo é amor e paixão”

2 Setembro, 2019 - 11:26

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Poucos anos tinham passado após Salazar e Franco se terem reunido no Palácio da Brejoeira, em Monção, e já a pequena Alice, com apenas cinco primaveras, ajudava a avó a fazer roscas.

Com as suas mãos pequeninas, unia a massa… formava aquelas argolas que tanto a encantavam. Iam ao forno e depois transformavam-se como que por magia naqueles doces inconfundíveis que iam dando fama à terra que a viu nascer… as Roscas de Monção.

A menina fez-se mulher e hoje é a Dnª Alice Costa, uma das poucas rosqueiras existentes no concelho. Herdou o talento da avó e tem vivido toda uma vida a fabricar estas argolas e a adoçar a boca de quem passa. 

 

 

Mas este ano está a ser especial. De uma forma quase que súbita, as Roscas de Monção estão a ser faladas no país inteiro. Conquistaram um lugar na semifinal do concurso 7 Maravilhas Doces de Portugal e depois, para grande alegria da Dnª Alice, foram apuradas para a grande final que vai ter lugar no próximo sábado.

“Até me senti mal quando soube”, confessou a rosqueira à Rádio Vale do Minho com um sorriso. “Com a minha idade, foi uma emoção muito grande mesmo”. 

 

Alice Costa: “[Ver as roscas na final] foi uma emoção muito grande mesmo.”

 

Em jeito de sussurro, diz-nos que há alguns segredos para fazer as roscas “mas o mais importante é o amor e a paixão a esta arte”. Uma “arte” que, lamentam muitos, está a extinguir-se. A Dnª Alice ainda ensinou os segredos aos filhos, mas o seguimento da tradição pode ainda não estar garantido. A ocupação profissional retira-lhes grande parte do tempo.

 

 

Na freguesia de Ceivães, de onde é natural, a Dnª Alice é hoje a única rosqueira. “E havia muitas!”, recorda-nos do alto dos seus 70 anos lamentando os telemóveis e computadores que “são a perdição da mocidade de agora”. “Na nossa infância divertiamo-nos a fazer roscas… íamos com o gado… íamos à lenha e ao feno”, conta como que saboreando novamente tempos bem passados.

 

Alice Costa: “Telemóveis e computadores são a perdição da mocidade de agora.”

 

De olhos emocionados, a Dnª Alice deposita um coração cheio de esperança no próximo sábado. Questionada sobre se gostava que as Roscas de Monção fossem eleitas uma maravilha, a resposta foi pronta. À moda antiga e impecavelmente educada. “Gostava, sim senhor. Não muito por mim, porque tenho muitos clientes que me conhecem. Mas por Monção! Acho que será um bem para o concelho”, disse. “Vai ser bom para todos”.

grande final das 7 Maravilhas Doces de Portugal está marcada para o próximo sábado dia 7 de setembro. Vai realizar-se em Montemor-o-Velho e terá transmissão direta pela RTP.

 

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