PUB
É provavelmente a fonte mais conhecida de Monção. Nesta quinta-feira, o Município deu a conhecer nas redes sociais um pouco da história deste icónico chafariz. “Construído pela Câmara Municipal de Monção, no longínquo ano de 1837, trata-se de um chafariz de tanque circular, com uma base em forma de prisma que suporta a estátua da figura mitológica grega Danaide, trajando uma túnica e com uma peneira na mão”, conta a autarquia.
No entanto, nem sempre foi assim. Conforme documentam fotos do início do século XX, o tanque original desta fonte não era “circular” mas sim quadrado. Um local que era frequentemente utilizado para lavagem de peças de roupa. Outra curiosidade é que o pilar que sustenta a estátua mitológica estava situado não no centro do tanque [como na atualidade] mas sim fora dele.
Fonte da Danaide em 1900, na Praça Deu-la-Deu, ainda com tanque quadrangular [Fotografia: Direitos Reservados]
Em 1869 foi colocado o brasão de Monção com a figura de Deu-la-Deu Martins, heroína da terra. Figura a meio do pilar. Estava assim perpetuada no brasão de armas de Monção: “… Em campo branco uma torre, no alto da qual emerge um vulto de mulher, em meio corpo, segurando um pão em cada uma das mãos, em volta a legenda, Deus a Deu – Deus o há Dado”.
Nas primeiras décadas do século XX, entre os anos 30 e 40, a praça Deu-la-Deu foi palco de obras de requalificação. É então que o chafariz é mudado de local e é colocado… uns metros mais ao lado do sítio original. É então construído o tanque circular que permanece atualmente.
Fonte da Danaide, na década de 50, já com o tanque circular e já deslocada do local onde foi originalmente construída [Fotografia: Direitos Reservados]
Em 2016, pela primeira vez em quase 180 anos, a fonte foi iluminada. Uma aposta do Executivo Municipal socialista da altura, liderado por Augusto Domingues. A apresentação dessa inovação foi feita durante as Festas em Honra da Virgem das dores, realizadas entre 17 e 22 de agosto desse ano.
Fonte da Danaide, em 2016, nos primeiros testes de iluminação [Fotografia: Direitos Reservados]
O brasão com a imagem de Deu-la-Deu Martins permanece também na atualidade. Esposa do capitão-mor de Monção, Vasco Gomes de Abreu, no tempo das guerras de D. Fernando, Rei de Portugal, com D. Henrique de Castela, no século XIV, Deu-la-Deu Martins é a heroína local, tendo defendido, diz a lenda, os monçanenses perante as investidas de Castela. A Igreja Matriz possui uma capela em sua memória.
PUB
Não é Deu-la-Deu Martins que está no chafariz é Danaide. Devem corrigir a informação do texto.