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Monção: “O Alvarinho é nosso!” – Dezenas protestaram na Praça Deu-la-Deu há três anos

28 Fevereiro, 2018 - 12:38

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“O Alvarinho é nosso!”. As palavras de ordem foram gritadas por dezenas de produtores há precisamente três anos, durante a inauguração do Museu do Alvarinho. Foi a 28 de fevereiro […]

“O Alvarinho é nosso!”. As palavras de ordem foram gritadas por dezenas de produtores há precisamente três anos, durante a inauguração do Museu do Alvarinho. Foi a 28 de fevereiro de 2015. Nem a chuva foi capaz de arrefecer o protesto contra o alargamento da designação Vinho Verde Alvarinho a toda a Região dos Vinhos Verdes. “Isto só vai trazer miséria. Não há outra atividade em Melgaço e vai fechar tudo”, desabafou aos microfones da rádio Vale do Minho António Fernandes, produtor de Alvarinho há mais de três décadas. “Temos de emigrar. Nos anos 40 e nos anos 50 só ficaram as mulheres em Melgaço. Os homens emigraram todos e eu fui um deles. O Alvarinho entretanto começou a ser uma mais valia e eu voltei. E agora? Já velho para onde vou?”. A pergunta do produtor ficou sem resposta como tantas outras entre a multidão que juntava gente da região e até de fora do Minho. Foi o caso de Cristina Ferreira, uma advogada do Porto que defende “que o Alvarinho só pode ser Monção e Melgaço. É como o vinho do Porto, que é da região do Douro”.

 

Protestos subiram de tom à chegada do Secretário de Estado

 

As vozes subiram de tom mal o Secretário de Estado da Agricultura saiu do automóvel. Em declarações aos jornalistas, José Diogo Albuquerque considerou que o acordo do Alvarinho “foi bastante trabalhado e eu concordo inteiramente com ele. Na verdade, não é só uma questão dos outros produtores à volta de Monção e Melgaço também quererem produzir. É a única forma de salvaguardar que este vinho tenha força, como o acautelamento da percentagem mínima no lote e também que a região tenha verbas para fazer a promoção deste vinho, que é o que está a fazer-se hoje aqui”, referiu o governante. José Diogo Albuquerque disse mesmo que “este acordo é a providência cautelar para o Alvarinho não se perder. Há sempre resistência à mudança, mas eu vejo muitas vantagens. Se esta mudança não fosse boa, o Sr. Presidente da Câmara não me teria convidado para vir nesta altura”.
Recorde-se que entre os vários pontos do acordo assinado, destacava-se o selo de garantia próprio do qual iriam dispor os vinhos de Monção e Melgaço. Foi também imposta uma regra de lealdade de concorrência à região dos Vinhos Verdes. Todos os lotes que mencionassem a casta Alvarinho teriam de conter 51% desta casta se for a primeira mencionada e 30% se for a segunda – este valor era de 0,1% até então. Estava dada luz verde à liberalização do uso da designação Alvarinho para toda a Região Demarcada dos Vinhos Verdes. Os produtores de Monção e Melgaço iriam receber, em contrapartida, três milhões de euros para promover os seus vinhos e marcas, também ao longo de seis anos. Um período que não agradava ao presidente da Câmara monçanense da altura. “Nas reuniões da tutela que estive presente apontou-se uma razão de 10 anos como período transitório. Considero esse tempo aceitável. Os seis anos saídos do acordo são curtos. Peço-lhe que reveja esta situação”, disse Augusto Domingues no seu discurso, perante o governante.

 

Cerca de 30 mil visitantes em três anos

 

Passaram-se três anos. A partir desse dia, Monção passou a contar com um equipamento defensor e promotor do vinho Alvarinho, aberto a munícipes, turistas e apaixonados pelo mundo dos vinhos.

De acordo com dados fornecidos pela autarquia de Monção, aquela estrutura situada em pleno centro histórico da vila de Monção recebeu cerca de 30 mil visitantes de várias nacionalidades, com portugueses e espanhóis no topo da lista, constituindo-se como um espaço relevante de promoção desta casta excecional.

Distribuído por diferentes áreas, o Museu Alvarinho proporciona aos visitantes uma autêntica viagem pelo mundo deste famoso néctar, disponibilizando informação interativa sobre a origem, evolução e empresas dedicadas à produção deste verdadeiro ex. libris do concelho de Monção.

As empresas de Vinho Alvarinho com produto rotulado, tantas e tantas vezes premiadas em concursos nacionais e internacionais, encontram neste espaço “uma porta de acesso” para a valorização dos seus produtos, bem como um “ponto de encontro” para provas comentadas, sessões promocionais e estabelecimento de parcerias negociais.

 

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