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Melgaço: Vento “fortíssimo” levantou telhados, claraboias e chaminés – Foi há 138 anos

28 Janeiro, 2019 - 15:25

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Foi um dos maiores temporais em Melgaço de que há registo. Fez este domingo 138 anos. Ao princípio da manhã do dia 27 de janeiro de 1881, em pleno tempo […]

Foi um dos maiores temporais em Melgaço de que há registo. Fez este domingo 138 anos. Ao princípio da manhã do dia 27 de janeiro de 1881, em pleno tempo chuvoso, uma ventania intensa assolou o concelho. É o que nos conta o investigador Valter Alves no seu blog intitulado Melgaço, entre o Minho e a Serra.

A descrição da intempérie é feita na primeira pessoa, numa crónica publicada numa edição do jornal O Valenciano datada dessa mesma altura.  “O vento fortíssimo que então soprava levantou telhados, claraboias, chaminés, quebrando árvores e arrancando outras; foi pequena a sua duração, de contrário deixaria muitas casas apenas com as paredes”, lê-se no periódico. “Em uma janela da casa onde se acha a repartição telégrafo-postal daquela vila, quebrou vidros e caixilhos, sendo para lamentar que ainda esteja sem eles e assim continue”, prossegue o mesmo texto.

Os tempos eram difícieis e o Município era criticado pela falta de atenção dada à população. “O tempo de rigoroso inverno que ali tem havido, muito tem prejudicado os povos daquele concelho, que estará dentro em pouco a braços com a miséria”, avisa o autor do texto.   “A Câmara Municipal, para que os habitantes daquele pobríssimo concelho, onde só prospera a calúnia, a vingança e a miséria, não sintam tanto os males que a maior parte deles sofreram, exige-lhes mais de quatro contos de réis, derrama de cinquenta por cento!”.

O tom da crónica aumenta nas linhas finais e “Melgaço, na escala das povoações, é sem dúvida a última; conhece a civilização por ouvir falar nela; sabe que há estradas, caminhos-de-ferro, todos os elementos de prosperidade, enfim, porque o ouve dizer. Quanto a possuir, nem um desses elementos: ignorante e apática, os seus deputados, em vez de a ligarem com o resto do país pela civilização e pelo progresso, ligam-na pelo sofrimento e pelos sacrifícios!”, lamenta o autor em jeito de conclusão.

Recorde-se que Valter Alves, professor de Geografia e investigador da história do concelho, é um dos autores do livro Melgacenses na I Grande Guerra (e outras guerras do século XX). 

 

[Fotografia: Ilustrativa / Direitos Reservados]

 

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