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O Provedor da Santa Casa da Misericórdia acusou esta sexta-feira o Ministério da Saúde de “comportamento criminoso” para com aquela instituição. Na base da indignação de Jorge Ribeiro estão vários factos relatados num comunicado divulgado nas redes sociais. Aquele lar, recorde-se, apresenta atualmente 19 infetados. Doze dos quais são utentes.
“Na manhã de hoje [sexta-feira], a médica do Lar pediu para chamar o INEM para dois utentes, ambos com febre há vários dias e imunidade muito baixa, além de outros sintomas”. No entanto, conta o Provedor, “o INEM recusou-se a fazer o transporte, dizendo que não reuniam critérios, pelo que [os dois utentes] tiveram de permanecer aos cuidados do Lar”.
No quadro de pessoal, a instituição conta com uma médica a tempo parcial e três enfermeiros. Porém, “uma das enfermeiras acusou positivo e outro enfermeiro está em casa, com sintomas, à espera do resultado do teste já realizado”. Contas feitas, a equipa de saúde ficou reduzida a uma médica e a uma enfermeira.
Equipa médica? Uma enfermeira
Conta Jorge Ribeiro que a médica que está a dar apoio ao Lar da Santa Casa nesta fase, presta também serviços no Centro de Saúde de Melgaço e no Centro de Antendimento COVID-19 de Viana do Castelo. “Fomos informados hoje [sexta-feira] pela médica que lhe havia sido transmitido pelos superiores hierárquicos, de que não podia continuar a prestar serviços presenciais no nosso lar por haver infetados”, prosseguiu o Provedor.
Ora, fazendo novamente contas, a equipa médica do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço resume-se a… uma enfermeira. “Os representantes do Ministério da Saúde não recebem os nossos doentes, apesar de reunirem os critérios definidos nos protocolos, obrigando-os a ficar aos cuidados do Lar”, atira Jorge Ribeiro. “Devolvem os doentes positivos para COVID e ao mesmo tempo proíbem a médica de prestar serviço no Lar porque tem doentes infetados”.
“Abandonando as pessoas, utentes e colaboradores à sua sorte”
Posto este cenário, o Provedor da Santa Casa não tem dúvidas em classificar “este comportamento da saúde de criminoso, abandonando as pessoas, utentes e colaboradores à sua sorte”.
A finalizar, Jorge Ribeiro ressalva “o excelente e incansável trabalho do Delegado de Saúde local, com quem articulamos permanentemente, juntamente com o Município”.
[Fotografia: SCM Melgaço]
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