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Melgaço: Sabe quanto demorava a viagem do centro até Castro Laboreiro há 100 anos?

20 Março, 2019 - 18:39

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Entre seis a oito horas. Era este o tempo de viagem entre Melgaço e Castro Laboreiro há 100 anos atrás. De acordo com Valter Alves, investigador e entusiasta da história […]

Entre seis a oito horas. Era este o tempo de viagem entre Melgaço e Castro Laboreiro há 100 anos atrás. De acordo com Valter Alves, investigador e entusiasta da história do concelho, o trajeto “fazia-se por um antigo e tortuoso caminho que passava por Fiães e Alcobaça. A viagem fazia-se geralmente recorrendo a animais (mulas, burros ou cavalos)”.

A população desesperava por uma estrada. “O caminho não tinha condições para lá circular um dos raros automóveis que havia na terra”, conta o especialista no seu blog intitulado Melgaço, entre o Minho e a Serra. Corriam os loucos anos 20. E loucos, pela positiva, só mesmo para as grandes capitais europeias. Em Melgaço, a loucura era outra. No dia 20 de novembro, um cidadão decide publicar um protesto naquele jornal. Visto que de hoje para o futuro teremos um jornalzinho para lançar ao país as nossas reclamações, principiemos. Precisamos de uma estrada. Já tantas vezes a tem prometido sem cumprirem a sua promessa que, para o futuro, duvidaremos de tudo mais, que nos prometam”.

A revolta aumenta de tom ao longo das linhas. Sabemos que está em projeto e que os engenheiros já fizeram as devidas marcações, mas sempre tudo como dantes!”, escreve o mesmo cidadão. “Até agora tem-nos saciado com promessas. Mas cá nos encontramos em ocasião propícia, para lhe contarmos uma história. Os velhos amigos estão ausentes sem bilhete de volta e os que cá ficaram vendo a forma como isto corre, que devem fazer? Não saberei responder a esta pergunta. Eles que o façam. Diremos mais: estamos numa situação muito crítica”, lamentou.

As últimas palavras do artigo eram evidentes. O cidadão mostrava claras intenções de mobilizar a população perante todo aquele cenário. “Isto assim não pode continuar. Não deixemos que nos esqueçam. Gritemos sempre bem alto, para que nos ouças os que estão lá no poder: Queremos uma estrada! Queremos uma estrada!”. A tão ansiada estrada, conclui Valter Alves, só chegou a Castro Laboreiro mais de 25 anos depois destas palavras de revolta.

 

[Fotografia: Valter Alves, Melgaço – Entre o Minho e a Serra / Direitos Reservados]

 

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