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Melgaço

Melgaço: Rui Solheiro abre Festa do Espumante a lembrar ‘roubo autêntico à região’

20 Novembro, 2015 - 20:58

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Antigo presidente da Câmara não se conforma com o ‘acordo do Alvarinho’. Apela à mobilização de toda a região para a manutenção da exclusividade.

“O vinho Alvarinho está a passar na nossa região por um período difícil. Nós, a maioria esmagadora dos melgacenses, não vamos deixar cair este processo de ataque aos interesses desta região e à qualidade de um produto execional como é o caso do vinho Alvarinho da sub-região Monção e Melgaço”. A certeza foi dada por Rui Solheiro, esta sexta-feira, durante a cerimónia de abertura da Festa do Espumante a decorrer naquela vila até ao próximo domingo. Sem palavras brandas, o antigo presidente da Câmara considerou que “a gente de Melgaço provou ao longo de séculos que não desiste facilmente. Sabemos a dificuldade do combate que aí está, a força enorme que está do outro lado da barricada”. No entanto, Rui Solheiro assegura que “a força da razão está do lado da gente da sub-região. Vamos levar até ao fim essa luta para resgatar este roubo autêntico que está a ser feito à região, às pessoas e à economia local que é o alargamento inesperado e inaceitável do vinho verde Alvarinho a toda a região dos vinhos verdes. Isto sem garantir a qualidade excecional que ele hoje tem”.
Recorde-se que, com o ‘acordo do Alvarinho’, está dada luz verde à liberalização do uso da designação Alvarinho para toda a Região Demarcada dos Vinhos Verdes. Será um processo gradual, que decorrerá nos próximos seis anos. Os produtores de Monção e Melgaço vão receber, em contrapartida, três milhões de euros para promover os seus vinhos e marcas, também ao longo dos próximos seis anos.
Entre os vários pontos do acordo assinado, destaca-se o selo de garantia próprio do qual vão dispor os vinhos de Monção e Melgaço. Foi também imposta uma regra de lealdade de concorrência à região dos Vinhos Verdes. Todos os lotes que mencionem a casta Alvarinho terão de conter 51% desta casta se for a primeira mencionada e 30% se for a segunda – este valor era de 0,1% até agora.
Rui Solheiro, à semelhança de outras individualidades melgacenses, permanece inconformado e inconsolável. “Falar do vinho verde Alvarinho é falar de produtores que aqui estão e de outros que não estão. O vinho Alvarinho é mais dos produtores e engarrafadores mas é também do alojamento, da restauração e do comércio local. É uma marca de qualidade que toda uma região tem. Temos de bater-nos para que esta bandeira de qualidade e de prestígio de todo um território se mantenha aqui”.
Já o atual presidente de Câmara, que tem sido um dos principais rostos desta contestação, optou por recordar o simbolismo do espaço onde está a realizar-se o certame. “Há precisamente 20 anos, em 1995, Rui Solheiro [presidente da Câmara na altura] abriu aqui nesta praça a [primeira edição da] Festa do Alvarinho. O Executivo Municipal considerou que era hora de avançarmos com um segundo evento ligado aos vinhos e aos produtos locais que servisse de promoção da sub-região, do Município e da economia do concelho de Melgaço”, disse Manoel Batista. “Os nossos espumantes merecem um evento exclusivo e nobre, para que a sua qualidade seja divulgada ainda mais e com isso se abram mais mercados”.
A Festa do Espumante decorre até domingo no Largo Hermenegildo Soalheiro, em pleno centro da vila. A aquisição do copo custa 2,50 euros. Os espumantes a copo têm um preço de 2 euros e, em garrafa, a partir dos 6 euros (rosado/tinto) e dos 8 euros (Alvarinho). A participação nas diferentes atividades também é livre, estando apenas sujeita ao número de lugares disponíveis.

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