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Chama-se Napoleón Sánchez. É médico cirurgião. Reside em Celanova, na Galiza, e trabalha do lado de cá, em Melgaço. Tal como aconteceu a muitos, o fecho de fronteiras veio dificultar-lhe a vida de uma forma significativa.
Conta o Jornal de Notícias (JN) que, antes do fecho, atravessava o rio Minho pela ponte S. Gregório/Ponte Barxas. No passado dia 31 de janeiro várias passagens encerraram e esta foi uma delas.
O clínico, que trabalha há 20 anos em Melgaço, não esteve para meias medidas. Ir até Tui para fazer a travessia? Nem pensar. “Ilógico”, disse ao JN em tom pragmático.
Teve de pensar numa solução. Encontrou-a numa pequena ponte de madeira sobre o rio Trancoso e nos dois carros que possui.
“Venho todos os dias às seis da manhã, desde que fecharam a fronteira. Trago um carro até aqui, atravesso e tenho outro carro do outro lado”, explicou àquele jornal o médico que diz sentir-se “praticamente um contrabandista”.
O método clandestino poupa-lhe uma hora e meia de percurso. “São mais 60 a 80 quilómetros. Trabalho [de tarde] em Espanha. Tenho de saltar a fronteira”, justifica. “Nós, trabalhadores transfronteiriços, não fazemos nenhuma ilegalidade. Em teoria pode haver consequências, mas o que é que vamos fazer?”
Mas este não é um caso único naquelas redondezas. Apurou ainda o JN que há mais pessoas a atravessar de forma menos legal a fronteira. Uma delas é o presidente da Junta de Freguesia de Cristóval, David Barbeitos. O autarca admitiu mesmo que tem ajudado pessoas a passar para o lado de lá, evitando assim que gastem tempo e dinheiro.
“Aqui as pessoas passam a pé e eu próprio as levo ao sítio onde podem passar. Há muita gente que tem de passar para trabalhar”, justificou.
Fecho de fronteiras já custou mais de 92 milhões de euros
O primeiro confinamento como medida de contenção à COVID-19, e o consequente encerramento de fronteiras entre o Alto Minho e a Galiza, ocorrido entre 17 de março e 30 de junho de 2020, provocou uma perda de faturação superior a 92 milhões de euros nos 26 concelhos do território transfronteiriço do Minho.
Esta é a principal conclusão do estudo solicitado pelo Agrupamento Europeu de Coesão Territorial (AECT) Rio Minho ao doutorado em Economia da Universidade de Vigo, Xavier Covas, e que, mesmo ainda sem dados oficiais, perspetiva que o prejuízo económico do atual encerramento seja ainda maior.
[Fotografia: Blog Melgaço, do Passado e do Presente]
Os meus
parabens a estas pessoas. Ja basta de palhaçada . Pelo sim pelo não, comprem uma arma não vao os meninos do coro ou os policias de trazer por casa, abatê-los