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Melgaço: ‘Filmes do Homem’ vai viajar até São Paulo – “Uma notícia fantástica!”, diz Batista

6 Agosto, 2018 - 09:39

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O Filmes do Homem – Festival Internacional de Documentário de Melgaço vai ‘viajar’ este ano até à cidade de São Paulo, no Brasil. A novidade foi avançada este domingo à […]

O Filmes do Homem – Festival Internacional de Documentário de Melgaço vai ‘viajar’ este ano até à cidade de São Paulo, no Brasil. A novidade foi avançada este domingo à Rádio Vale do Minho por Carlos Viana, da AO NORTE – Associação de Produção e Animação Audiovisual, uma das entidades organizadoras deste evento que encerrou mais uma edição no Município mais a norte de Portugal. “Já se perspetiva a realização de um Filmes do Homem no Brasil, numa parceria entre a Universidade de São Paulo e a organização do festival. Isto para levar até lá uma mostra significativa deste evento”, revelou o responsável. A data ainda não está marcada mas Carlos Viana [na foto, à direita] assegura que esta viagem vai ser realizada ainda este ano. “É uma certeza. É só uma questão de definir o timing exato!”, acrescentou.

A notícia, como seria de esperar, encheu a alma do presidente da Câmara de Melgaço. De sorriso aberto, Manoel Batista não escondeu uma alegria contagiante à Rádio Vale do Minho. “É uma notícia absolutamente fantástica! É sinal de que este projeto está a crescer de uma forma sustentada”, considerou o edil melgacense. “As portas estão a abrir-se. Quando as coisas são boas e bem-feitas, têm naturalmente portas abertas e é isso que está a acontecer”, acrescentou em tom absolutamente satisfeito.

Convidado a fazer uma avaliação sobre a edição deste ano do Filmes do Homem, Manoel Batista faz um balanço “extremamente positivo”. Sobretudo baseado na quantidade de filmes a concurso. No total foram 2.570, o que se traduziu num aumento de 300% relativamente a 2017. “Isso diz muito daquilo que é o impacto que o festival tem hoje no mundo inteiro. Dos 27 filmes/documentários selecionados, tive a felicidade de ver 16 e tivemos aqui obras de elevadíssima qualidade”, elogiou o autarca. “Filmes e documentários de realidades muito longínquas e de outras bem próximas de nós”, contou. “Todos os filmes escolhidos foram grandes filmes. Grande cinema documental!”, continuou.

Em sintonia, Carlos Viana considera que a edição deste ano “cumpriu todos os objetivos a que se tinha proposto”. Também muito satisfeito, o responsável da AO NORTE realça um Filmes do Homem que “chegou a mais pessoas e a mais freguesias do concelho de Melgaço”. “Tivemos mais público. Estamos no bom caminho”, concluiu.

 

 

E os vencedores são…

 

Impreza / The Celebration, da realizadora Alemã Alexandra Wesolowski, The Season of Warm Breezes, da autoria do Iraniano Hosseini Rigi e Bostofrio, où le ciel rejoint la terre, do realizador Português Paulo Carneiro, venceram a edição 2018 do prémio Jean Loup Passek. O anúncio e entrega de prémios aconteceu este domingo, na Casa da Cultura de Melgaço. O Júri desta edição, constituído por Jasna Krajinovic, Luciana Fina, Luís Miguel Oliveira, Margarita Ledo Andión e Ricardo Vieira Lisboa, analisou os 27 filmes a concurso ao prémio Jean Loup Passek, em três categorias: melhor longa-metragem internacional, com um prémio no valor de 3.000 euros, melhor curta ou média-metragem internacional, agraciada com 1,500 euros, e melhor filme português, distinguido com o prémio no valor de 1.000 euros.

Na categoria de melhor longa-metragem internacional o filme Impreza / The Celebration convenceu o júri desta edição pela forma como “joga inteligentemente sob o signo das aparências tanto a nível formal como no tratamento das suas personagens”. O documentário leva o espectador desde a Alemanha, onde vive a realizadora, até à Polónia para visitar familiares e assistir às bodas de ouro dos tios. Mas, tal como sublinha o júri, “o que começa como um filme de família feito através de um olhar de proximidade revela-se afinal uma potente reflexão do espectro que assombra, neste momento, toda a Europa”.

Já na categoria de melhor curta ou média metragem internacional, o júri distinguiu o documentário de origem iraniana The Season of Warm Breezes, entre os 14 filmes em competição nesta categoria. O realizador Hosseini Rigi apresenta neste filme a luta de uma professora dos Baluchi contra o analfabetismo na sua aldeia. O júri destaca “simultaneamente a intensidade da história pessoal de uma mulher no Irão e a complexidade de uma paisagem cultural e territorial”.

Bostofrio, où le ciel rejoint la terre, realizado por Paulo Carneiro foi considerado o melhor filme português. O júri decidiu atribuir o prémio nesta categoria a “uma primeira obra de um jovem realizador que reflecte alguns dos grandes temas do festival”, nomeadamente a identidade e a memória. O documentário acompanha a busca do realizador para descobrir a história dos seus avós e “adopta o inquérito como figura de estilo onde o mais importante não são as respostas, antes a criação de um retrato fragmentário de uma aldeia e dos seus fantasmas”, como destaca o júri.

Considerando a diversidade da selecção do festival e dos olhares dos jurados, os elementos do júri da edição 2018 do prémio Jean Loup Passek distinguiu ainda, com uma menção especial, o filme O Termómetro de Galileu, da realizadora portuguesa Teresa Villaverde. Filmado em Itália com a família do cineasta Tonino de Bernardi, o Termómetro de Galileu é um “filme-palimpsesto de grande liberdade formal feito de pequenas e grandes coisas possíveis no cinema e na vida”, de acordo com o júri.

A edição de 2018 do festival terminou este domingo com a projeção do filme Todos os Sonhos do Mundo, apresentado pela respetiva realizadora Laurence Ferreira Barbosa, numa sessão ao ar-livre, na Torre de Melgaço.

O Filmes do Homem é organizado desde 2014 pela Câmara Municipal de Melgaço em parceria com a AO NORTE, e pretende promover e divulgar o cinema etnográfico e social, refletir sobre identidade, memória e fronteira e contribuir para um arquivo audiovisual sobre a região.

 

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