O Secretário-Geral do PS considerou este sábado que a Unidade de Cuidados Continuados (UCC) de Melgaço é “um péssimo exemplo do abandono a que este Governo votou o setor da saúde”. António Costa, que mais uma vez visitou o Alto Minho em pré-campanha eleitoral, disse que “é absolutamente inaceitável que um equipamento destes esteja pronto e graças ao desinvestimento que o Governo fez no Serviço Nacional de Saúde ele continue a estar fechado e a não poder ser aproveitado pela população”.
Governo terá assumido compromisso de abrir UCC em 2015
Em Julho do ano passado, recorde-se, a Câmara de Melgaço manifestou-se surpreendida com o compromisso do Governo em abrir a UCC no início deste ano.
Em comunicado, o presidente da Câmara, Manoel Batista (PS), questionou a razão que terá levado o Secretário de Estado Adjunto do Ministro de Saúde a receber o Vereador da oposição, “quando o mesmo não respondeu aos reiterados pedidos de audiência feito oficialmente pelo Município, desde Abril passado [de 2014], e após uma manifestação pública de protesto pela não abertura da UCC, e realizada a 7 de Abril [de 2014], frente ao Centro de Saúde de Melgaço”, referia.
Certo é que a UCC nunca chegou a abrir portas. Meses depois, Manoel Batista considerou mesmo que o executivo de Passos Coelho despreza as autarquias. “O comportamento do Governo em relação às autarquias parece até nem ser exclusivo àquelas que não têm as mesmas cores políticas da coligação. Tanto quanto sei, também há autarcas com as mesmas cores políticas do Governo com dificuldades em ser ouvidos pelos representantes da tutela”, revelou.
Recorde-se que a UCC de Melgaço, cuja criação foi protocolada a 8 de Agosto de 2008 entre a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) e a Câmara Municipal de Melgaço, no âmbito da requalificação dos serviços do Centro de Saúde local, encontra-se concluída desde Setembro de 2012 mas permanece inutilizada.
De acordo com dados da autarquia, foi investido pelo Ministério da Saúde 1,5 milhões e meio de euros naquela unidade. “Se há [razões para não abrir] nós não conhecemos. Desde 2012 que o Município não tem por parte da tutela uma mínima explicação para o facto de não abrir. Simplesmente silêncio”, lamentava o presidente da Câmara, Manoel Batista, à Vale do Minho em Abril do ano passado.
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