O presidente da Câmara de Melgaço considera que as RLIS (Redes Locais de Intervenção Social) “foram uma criação esotérica do Governo do Dr. Pedro Passos Coelho”. Visivelmente preocupado após uma visita às valências da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço, Manoel Batista fez as contas e lembrou que há três anos os Municípios do distrito de Viana do Castelo fizeram um levantamento das necessidades na área social. O valor ascendia aos 63 milhões de euros. Nesta altura, adiantou o autarca socialista, a verba destinada não supera os 3 milhões. “Espero que o Governo tenha a capacidade de fazer com que os valores para esta área sejam revistos para que as organizações possam fazer a sua intervenção. Espero também que este Governo tenha a coragem de fazer aquilo que o Dr. Passos Coelho tanto dizia: cortar nas gorduras”, atirou o autarca socialista. “Acho que na área social há algumas gorduras que podem ser cortadas e que podem fazer com que os valores cortados sejam canalizados para o que é essencial. Nessas gorduras, considero que as RLIS de todo o país são absolutamente dispensáveis”, considera Manoel Batista.
A visita, realizada esta quinta-feira, passou pelo Jardim de Infância, Lar Pereira de Sousa, Igreja da Misericórdia e Cantinho dos Avós. Durante o périplo, o Provedor da Santa Casa foi dando conta de pontos que requerem intervenção urgente. “Na creche, vamos agora fazer uma candidatura a equipamentos sociais. Temos de colocar lá rampas, mais salas de reuniões e melhorias nos parques infantis”, sintetizou Jorge Ribeiro. Já o Lar Pereira de Sousa “é um edifício enorme com 55 utentes que precisa de grandes intervenções, sobretudo ao nível das acessibilidades e dos quartos. Alguns sem dimensões para entrada de cadeiras-de-rodas”. Já no que diz respeito à Igreja, foi candidatada ao fundo Rainha D. Leonor para obras de requalificação. “É uma igreja riquíssima e que precisa urgentemente de ser intervencionada. Conseguimos um apoio de 145 mil euros mas falta a verba restante que são cerca de 200 mil euros. A conservação do património é também uma prioridade para nós”, sublinhou o Provedor.
O presidente da Câmara mostrou-se totalmente recetivo a estes pedidos de ajuda. “Tenho a noção clara de que as organizações do setor social como a Santa Casa da Misericórdia de Melgaço são organizações que prestam um conjunto de serviços absolutamente essenciais para as nossas populações”, disse Manoel Batista. “Prestando esses serviços essenciais, temos de acautelá-los e isso significa dar-lhes condições para a sua gestão e o investimento necessário para a recuperação dos edifícios onde esses serviços são prestados”, sublinhou.
Manoel Batista: “Ou há uma consciência séria por parte do atual Governo para fazer-se uma alteração a esta situação ou estamos muito mal!”
“O Município entende que essas intervenções são necessárias e urgentes. Temos procurado alertar a tutela para a necessidade de ser reforçar as verbas para que estas intervenções sejam feitas. Lamentavelmente, o Governo anterior [PSD/CDS] não acautelou de forma equilibrada e justa os valores para que estas intervenções fossem realizadas”, lamentou o edil socialista. “É ridículo o que está a acontecer neste momento. As organizações do setor social de todo o país precisam de valores muito consideráveis. Ou há uma consciência séria por parte do atual Governo para fazer-se uma alteração a esta situação ou estamos muito mal!”, concluiu.
Veja algumas imagens da visita do presidente da Câmara de Melgaço às valências da Santa Casa:
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