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Viana do Castelo

Maior mostra do traje minhoto na abertura das festas de Viana

17 Agosto, 2012 - 16:24

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As ruas da cidade de Viana do Castelo voltaram hoje a ser palco da mais genuína mostra do traje minhoto, com 363 mordomas a desfilarem, orgulhosas e carregadas de ouro, para milhares de pessoas.

As ruas da cidade de Viana do Castelo voltaram hoje a ser palco da mais genuína mostra do traje minhoto, com 363 mordomas a desfilarem, orgulhosas e carregadas de ouro, para milhares de pessoas.

“É uma coisa que vem de dentro e que está presente em cada uma destas mulheres. Além de ser bonito, tem uma alma enorme por trás, faz com que, pelo menos no país, seja uma coisa única”, sublinhou à agência Lusa o diretor do Museu do Traje de Viana do Castelo.

Segundo João Alpuim, uma das características deste Desfile da Mordomia, que, segundo a tradição, serve para a comissão de festas prestar cumprimentos às autoridades da cidade, é o facto de os trajes que desfilam pela cidade, envergados por mulheres de todas as idades, não terem sido escolhidos “por acaso”.

“Além do orgulho que estas mulheres sentem, percebe-se que não estão a desfilar com uma coisa que não lhes diz nada. Elas sabem a história do traje, escolheram-no e muitas vezes é de família”, explica.

O denominado traje à vianeza, em linho e com várias cores características onde sobressai o vermelho e o preto, era utilizado há cerca de 120 anos pelas raparigas das aldeias em redor da cidade de Viana do Castelo.

Os exemplares que ainda hoje se conservam terão cerca de 60 anos, sendo um desses aquele que, por estes dias, enverga a mordoma Ana Moreno, escolhida como rosto do cartaz da romaria.

“É o traje de festa da freguesia de Perre e foi usado pela minha avó nas festas d’Agonia de 1944. Seguindo a tradição, depois passou para a minha mão e agora sou eu”, conta a mordoma, de 20 anos, que “orgulhosamente” integra este desfile desde os oito anos.

Pelas ruas da cidade, milhares de pessoas assistiram esta manhã a um desfile que marcou o início da romaria d’Agonia, juntando, segundo a comissão de festas, 363 mordomas, de todas as idades, tendo em comum o orgulho na tradição.

É o caso de Conceição Bompastor, que esta manhã repetiu a presença num desfile em que participa há vinte anos.

“É uma relação de amor, paixão e carinho pela cidade. Vim para Viana com 17 anos, para estudar, e cá fiquei. Hoje tenho 51 anos”, diz esta mordoma, ostentando ainda 1,5 quilos em peças de ouro, como é da tradição.

Também a mordoma Liliana Gomes, de 34 anos, não deixou de participar, envergando o seu “dote”, ou seja, dezenas de peças de ouro ao peito, muitas destas com mais de 200 gramas.

“Tenho algumas peças mais antigas e outras compradas mais recentemente. Mas neste dia não pensamos no valor que trazemos ao peito”, explica.

Residente em Vila Praia de Âncora, Caminha, regressou à terra dos pais para cumprir a tradição pelo oitavo ano. “Até já trago a minha filha, de dois anos, porque ela gosta disto”, conta.

Já Diana Laje desfilou trajada de lavradeira, o traje típico da freguesia da Meadela para a festa, repetindo o que aprendeu a fazer aos 14 anos. Já lá vão dez anos.

“Sinto uma emoção quando vejo as pessoas a gostarem, a aplaudirem. Prezamos o bem trajar, a postura que era usada antigamente, e gostamos muito”, explica, enquanto a amiga Bárbara Salgueiro, de 19 anos, complementa:

“Representar a nossa cidade é espetacular”.

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