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Caminha

Litoral: São Pedro e alguma sorte ajudaram a conter o que o Homem não corrigiu em Moledo

13 Maio, 2013 - 09:01

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Dois anos depois de o mar ter galgado a duna primária de Moledo, em Caminha, a obra de consolidação urgente continua por concretizar e valeu o “São Pedro” e alguma “sorte” para evitar maiores problemas.

Dois anos depois de o mar ter galgado a duna primária de Moledo, em Caminha, a obra de consolidação urgente continua por concretizar e valeu o “São Pedro” e alguma “sorte” para evitar maiores problemas.

“De facto, a sorte protegeu-nos. Nestes últimos dois anos não aconteceu o que aconteceu no inverno de há três anos ou em 2005, foi sorte”, admitiu à agência Lusa Mário Patrício, vereador com o pelouro do Ambiente na Câmara de Caminha.

A Agência Portuguesa para o Ambiente (APA) confirmou há poucas semanas que a recuperação e consolidação do cordão dunar de Moledo já tem financiamento garantido, mas a intervenção, que já conheceu vários prazos, só avançará em setembro, para não condicionar a época balnear.

A reposição parcial de areia na praia, que aconteceu de forma natural, e dois anos relativamente calmos em termos de condições atmosféricas e de mar, acabaram por evitar o agravamento da situação.

“Se tivesse acontecido [agravamento do tempo], teria comido a duna primária e tínhamos a água do mar a entrar em casas e fortemente no Pinhal do Camarido. Seria um grande problema ambiental, porque o pinhal é o tampão que consolida a vila de Caminha, urbanisticamente”, acrescentou o vereador.

A redução atual do cordão dunar acontece em frente ao forte da Ínsua, num local onde, em fevereiro de 2011, o mar chegou a ameaçar um moinho convertido em habitação e outras habitações, a poucos metros.

A praia de Moledo é uma das três do concelho com Bandeira Azul e das mais conhecidas e procuradas do norte.

“Os dois anos que se seguiram foram de alguma acalmia, o que deu alguma estabilidade à situação. Mas, como se pode ver, apesar de o tempo ser favorável, estamos praticamente na mesma”, apontou o presidente da Junta de Moledo.

Joaquim Seixo admite “impactos negativos” pelo atraso da obra, além da componente ambiental também no turismo da freguesia, algo que espera que não se repita depois da “prometida” intervenção.

Recordando que “historicamente” este tipo de fenómeno de erosão em Moledo é “cíclico”, o autarca assume que não foi por ação do Homem que a situação não se agravou desde 2011.

“Temos de estar gratos ao São Pedro, que mais uma vez nos ajudou”, ironizou.

Há dois anos o mar destruiu um guarda-corpos do paredão em cerca de trinta metros e no ano seguinte foi limitada a utilização balnear do topo norte da praia. A areia que foi chegando à praia permitiu, contudo, levantar esse condicionalismo, algo que localmente ainda se acredita que possa acontecer este ano, novamente, desde que esta esteja acessível aos veraneantes.

“Se tiver muita carga de areia as pessoas podem utilizar e a Marinha vai levantar esse uso condicionado. Vamos ver, tudo pode acontecer”, admitiu Mário Patrício.

Quanto à recuperação “duradoura” da duna deverá decorrer durante mais de dois meses, envolvendo métodos inovadores para “mitigar o impacto paisagístico”. Essa obra vai custar 492 mil euros e será financiada a 85% pelo Programa Operacional de Valorização do Território, com a fatia restante assumida pelo Fundo de Proteção de Recursos Hídricos.

A intervenção integra o Plano de Ação de Proteção e Valorização do Litoral 2012-2015 e, explicou fonte da APA, foi estudada pelo especialista em defesa costeira Veloso Gomes e prevê, entre outras ações, o “tamponamento do topo da estrutura da defesa”, com a colocação de betão ciclópico na extremidade norte da estrutura aderente construída nos anos 40 do século XX.

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