Liliana Silva: “Nós não estamos a brincar quando dizemos que Portugal não está à venda!”

15 Fevereiro, 2020 - 13:01

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“O Senhor Secretário de Estado está ao nível daquilo que tem feito nesta matéria. A achar-se acima de tudo e de todos!”. Sem palavras brandas, foi desta forma que Liliana Silva qualificou este sábado a atitude de João Galamba ao ter cancelado a vinda a Viana do Castelo para uma reunião onde o governante iria apresentar a nova lei das minas às autarquias do Alto Minho.

Esperava-o uma manifestação de cerca de 400 pessoas que, mesmo sem a presença do governante, percorreram várias artérias da capital de distrito em mais um protesto contra a prospeção/exploração de lítio na região. Entre o mar de gente seguia Liliana Silva, antiga deputada na Assembleia da República pelo PSD que ficou conhecida como a deputada anti-lítio.

“João Galamba julga-se o dono da razão absoluta. Menospreza a inteligência dos portugueses. Vai andar pelas autarquias a mostrar o novo projeto de lei para a mineração mas já deixou de lado os concursos públicos de exploração. Ou seja, deixou de lado aquilo contra o que estamos a lutar. Se isto não é mandar poeira para o ar , então não sei o que é”, referiu Liliana Silva, também vereadora na Câmara Municipal de Caminha.

Liliana Silva: “O Senhor Secretário de Estado está ao nível daquilo que tem feito nesta matéria.”

O mar de gente crescia. As palavras de ordem ecoavam nas ruas de Viana. “Esta ação é uma clara demonstração da posição das populações relativamente a esta matéria”, considerou Liliana Silva à Rádio Vale do Minho.

“Nós não estamos a brincar quando dizemos que Portugal não está à venda! O Senhor Secretário de estado pode vir com mais concursos públicos, adaptar a lei ao jeito que entender, mas a população está esclarecida e unida”, garante.

A manifestação foi organizada pelos vários movimentos defensores desta causa. Entre eles o Movimento SOS Serra d’Arga; a Corema – Associação de Defesa do Património/Movimento de Defesa do Ambiente e Património do Alto Minho; o Movimento SOS Terras do Cávado; e o Movimento SOS Serra da Cabreira.

Por entre a multidão, falava-se em “clamor social”. Em “hecatombe” e, evidentemente, numa “ameaça ambiental sem precedentes”.

Solidária com todos os movimentos, Liliana Silva era sucessivamente cumprimentada pelas pessoas. Saudada pelo trabalho feito em prol da causa.

“Com cobardia vão tentar fazer isto à porta fechada, talvez para ver um argumento que possa enfraquecer a luta das populações e potenciem a posição do Governo nesta matéria”, considera.

“Mas as populações e os movimentos cívicos que as representam também querem ser parte integrante numa discussão que vai mexer com o que temos de mais precioso : a água e um território inigualável”, frisou ainda Liliana Silva.

Todo o protesto decorreu de forma pacífica. A ação começou pelas 10h00 junto ao edifício da Agência Portuguesa do Ambiente – Administração de Região Hidrográfica Norte. Terminou cerca de uma hora depois, na praça da República, no centro da cidade.