Liliana Silva: “Não! A Serra d’Arga ainda não se livrou da exploração massiva do lítio!”

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Liliana Silva, deputada pelo PSD eleita por Viana do Castelo na Assembleia da República, descarta quaisquer euforias após o Ministro do Ambiente ter anunciado esta quarta-feira que o Governo irá retirar a prospeção/expliração de lítio dos sítios da Rede Natura 2000.

Ora, a Serra d’ Arga está integrada nesta rede. “Só que apenas uma parte! Cerca de 70% da serra está fora dela e isso é que as pessoas precisam de ter a noção!“, sublinhou a parlamentar à Rádio Vale do Minho.

“Fiquei feliz pelo Sr. Ministro ter assumido publicamente que o sítio correspondente à Rede Natura não seria explorado.
Mas para nós, acabou por não ser novidade nenhuma porque já o sabíamos. Já era público, aliás como ele próprio disse”, lembrou. “Nós, PSD Caminha, já tínhamos dito que o sítio correspondente à rede natura não iria para exploração – até porque é granítico e não tem qualquer interesse do ponto de vista da indústria extrativa de lítio”, esclareceu.

Em jeito de conclusão, o resultado da equação é para já… o mesmo. “A Serra D’Arga não sai da área para exploração”, avisa a deputada. “O que sai é o correspondente à Rede Natura, que corresponde ao Maciço da Serra. É assustador, mas até aí estavam a ponderar explorar, passando por cima da Rede”, lamentou. “Mantém-se o perigo no conjunto Montanhoso da Serra D’Arga, principalmente na faixa entre Covas e Cabração”. 

Mas Liliana Silva não deixou Matos Fernandes sem resposta. No Parlamento, o Ministro chegou mesmo a acusar o anterior Governo PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho, de ter precisamente aprovado três contratos de prospeção para a Serra de Arga.

Na resposta, já dada fora daquela audição, a deputada voltou a referir o que tem vindo a dizer até agora. “Já todos sabiam que há contratos de prospeção desde 2009, quando o governo era do PS, e também há de 2014 com o governo PSD. Contratos de prospeção que se destinavam a encontrar lítio em pequeníssima escala, que era utilizado depois, para a industria farmacêutica e cerâmica essencialmente. Isso nunca destruiu a Serra!”, exclama.

“Hoje em dia querem prospetar e explorar lítio de forma massiva para a indústria das baterias e transformar Portugal no grande produtor mundial desta matéria prima. Não vale a pena andar a culpar passados para tentar legitimar a obsessão atual”, concluiu.

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