Nos últimos “três, quatros anos” cerca de metade das explorações de leite que existiam no concelho de Paredes de Coura já fecharam as suas portas. Atualmente, o concelho tem apenas cinco explorações, muito por causa do envelhecimento dos produtores, mas não só.
Manuel Meneses, da Associação Vessadas – Associação para o Desenvolvimento Agrícola e Rural das Terras de Coura, considera que o “desinteresse” também se faz sentir devido ao aumento dos custos de produção e menores margens de lucro. O responsável fala, por isso, num “empobrecimento generalizado do setor”.
Portugal tem perdido cerca de “mil produtores de leite por ano”, segundo José Oliveira, presidente da Leicar – Associação Portuguesa de Produtores de Leite e Carne de Entre Douro e Minho, muito em parte devido “aos custos de produção serem cada vez mais elevados”.
Um cenário que também atinge o Vale do Minho, nomeadamente o concelho que possui mais explorações (cinco) e mais quantidade. Atualmente, Paredes de Coura é responsável por 50 por cento da produção de leite, no Vale do Minho.
Manuel Meneses mostra-se, no entanto, pessimista quanto ao futuro do setor na região. Se os custos de produção continuarem a aumentar (ao nível do gasóleo e rações), algumas das restantes explorações podem encerrar. Para Manuel Meneses é necessário “medidas urgentes” por parte da Autoridade da Concorrência para “regular preços mínimos ao consumidor”.
De acordo com o responsável da Leicar, o norte de Portugal representa “55 por cento da produção de leite”. Defende, por isso, que são necessárias “medidas urgentes” que favoreçam o setor.
Refira-se que no Vale do Minho, Paredes de Coura é o concelho que contabiliza mais explorações (cinco), existindo também produção em Vila Nova de Cerveira, Caminha e Valença, ainda que em menor escala.
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