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Viana do Castelo

Jorge Amado: O “amante” do pão-de-ló de Viana que vai dar nome a rua e ala da biblioteca

8 Agosto, 2012 - 12:35

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A Câmara de Viana do Castelo vai atribuir o nome do escritor Jorge Amado, cidadão de mérito do concelho e conhecido “amante” do pão-de-ló local, a uma das alas da biblioteca e a uma nova rua da cidade.

A Câmara de Viana do Castelo vai atribuir o nome do escritor Jorge Amado, cidadão de mérito do concelho e conhecido “amante” do pão-de-ló local, a uma das alas da biblioteca e a uma nova rua da cidade.

As duas propostas foram aprovadas esta semana, em reunião do executivo camarário, e surgem a propósito do centenário do nascimento do escritor brasileiro, que por onze vezes visitou o concelho, que o inspirou nos seus romances.

“Foram aprovadas as duas propostas e a atribuição do nome de Jorge Amado a uma das alas da biblioteca municipal avança já. Quanto à rua, será uma nova artéria, que ainda vamos escolher, para honrar alguém que foi muito amigo de Viana do Castelo”, explicou à agência Lusa o presidente da Câmara.

Segundo José Maria Costa, a atribuição do nome à ala da biblioteca municipal, desenhada pelo arquiteto Siza Vieira, será feita este mês, durante a Romaria d’Agonia, na presença do embaixador do Brasil em Portugal, Mário Vilalva, convidado de honra da festa, na qual será feita uma homenagem a Jorge Amado, falecido a 06 de agosto de 2001, com 89 anos.

O escritor nasceu há precisamente cem anos – 10 de agosto de 1912 -, no estado brasileiro da Bahia e tornou-se num verdadeiro embaixador de Viana do Castelo, tendo mantido uma forte relação de amizade com um mestre pasteleiro da cidade, que regularmente lhe enviava o típico pão-de-ló local.

Jorge Amado fez mesmo de Manuel Natário, falecido em 2003, com 78 anos, uma personagem importante do romance “Tocaia Grande”: “Capitão Natário”, que descreveu como “capitão de doces e salgados, comandante do pão-de-ló, mestre do bem comer”.

A memória das várias passagens do escritor pela pastelaria “Natário”, fundada em 1943, ainda hoje está bem viva naquele espaço, com várias fotografias que testemunham a relação com “Manuelzinho” Natário, como era carinhosamente tratado por todos.

O pão-de-ló que inspirou Jorge Amado será tema da Romaria d’Agonia deste ano, nomeadamente no cortejo etnográfico de sábado, 18 de agosto, em que desfilará um carro alegórico composto por dois enormes pães-de-ló que já estão a ser preparados por aquela pastelaria.

Cada um pesará mais de cinco quilos e serão precisas 224 gemas de ovos para os confecionar.

“Tinha que ser o nosso pão-de-ló porque era este que o Jorge Amado gostava. Estamos contentes por podermos fazer esta homenagem”, reconhece Fernanda Natário, viúva de Manuel Natário e atual proprietária da pastelaria.

A última visita do escritor brasileiro a Viana do Castelo aconteceu em 1991, precisamente quando Manuel Natário foi homenageado pela autarquia.

“Jorge Amado fez questão de vir cá, pela homenagem feita ao grande amigo”, recorda ainda a viúva.

A doçaria tradicional de Viana do Castelo e o centenário do nascimento de Jorge Amado são os temas principais da Romaria d’Agonia, que este ano acontece entre 17 e 20 de agosto.

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