A Proteção Civil assumiu a coordenação das operações de identificação e destruição de ninhos de vespa asiática no Alto Minho, sendo que só no concelho de Viana do Castelo já se conhecem quase três dezenas de casos.
Segundo informou à agência Lusa o comandante da Proteção Civil do distrito de Viana do Castelo, em toda a região já foram identificados, nas últimas semanas, 36 ninhos desta espécie de vespa, que ameaça a produção de mel.
Deste total, 28 correspondem ao concelho de Viana do Castelo, inclusive no centro da cidade, sendo que 17 foram entretanto destruídos pelos bombeiros municipais com recurso a fogo.
“Mas nem sempre se trata de um processo fácil, tendo em conta que já foram detetados ninhos em árvores a mais de 20 metros de altura”, sublinhou Paulo Esteves.
A vespa velutina, de origem asiática, é considerada uma predadora “mais perigosa” do que a espécie autóctone nacional, sendo conhecida por atacar abelhas e colmeias.
Além de Viana do Castelo, a Proteção Civil distrital já identificou ninhos da vespa asiática, ou velutina, em Ponte de Lima (três e todos já destruídos) e em Caminha (três ninhos e dois já destruídos). Nesta altura ainda permanecem por destruir dois ninhos em Vila Nova de Cerveira e Ponte da Barca, além dos casos de Viana do Castelo.
Segundo Paulo Esteves, a presença da espécie invasora em Portugal faz-se sentir sobretudo em Viana do Castelo, mas também já há registo de ninhos nos distritos de Braga, nomeadamente em concelhos como Vila Verde, Barcelos e Esposende, e Vila Real.
A concentração destas operações na Proteção Civil é justificada pelo facto de a destruição dos ninhos estar a ser realizada pelos bombeiros, processo apoiado por uma associação de apicultores local e técnicos do Ministério da Agricultura.
A última reunião entre todos os agentes envolvidos neste processo de identificação e destruição de ninhos aconteceu na passada quinta-feira, na Proteção Civil, em Viana do Castelo, estando previsto novo encontro já para fevereiro.
Segundo Miguel Maia, técnico da Associação Apícola Entre Minho e Lima (APIMIL), além do problema da biodiversidade, ao “prejudicar a alimentação” de outras espécies, trata-se de uma vespa “mais agressiva”.
“Faz com que as abelhas não saiam para procurar alimento, porque estão a ser atacadas, enfraquecendo assim as colmeias, que acabam por morrer”, explicou.
Ainda assim, admite que não sejam um “perigo imediato” para os seres humanos: “Só se forem lá mexer”, diz.
Na região, acrescentou Miguel Maia, ainda não existem casos de apicultores a queixarem-se de ataques da vespa às colmeias. Entretanto, vários produtores estão a colocar, junto aos apiários, armadilhas artesanais recorrendo a iscos como cerveja, vinho branco ou sardinhas, de forma a capturar as chamadas “vespas fundadoras” destes ninhos mas sem chamar a “atenção” das abelhas.
A vespa velutina é originária do sudoeste da Ásia e foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, no ano de 2004.
“De então para cá, já conquistou um terço do território francês e colonizou parte do norte de Espanha, em 2010. No ano seguinte a presença foi detetada em Portugal”, explica a APIMIL.
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