O vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Rui Solheiro, apelou ao “respeito” pela autonomia do poder local por parte da nova secretária de Estado da Administração Local e da Reforma Administrativa.
“Essencialmente apelamos ao respeito pela autonomia do poder local, pela sua história e necessidade de garantir a sustentabilidade financeira das autarquias, que está ser posta em causa com os sucessivos cortes e nova legislação”, afirmou à agência Lusa Rui Solheiro.
O responsável reagia assim à substituição de Paulo Júlio por Ana Rita Gomes Barosa naquela secretaria de Estado, de acordo com a proposta hoje apresentado pelo primeiro-ministro ao Presidente da República.
“A atual política está a estrangular financeiramente as autarquias e, por outro lado, cria uma teia burocrática que impede uma atividade normal. É neste quadro que esperamos que a senhora secretária de Estado venha com uma visão mais em sintonia com os interesses do poder local, que, no nosso entender, são os do país”, sublinhou Rui Solheiro.
Numa altura em que estão em discussão propostas legislativas sobre a atribuição de novas competências aos municípios e finanças locais, o autarca admite a necessidade de a ANMP se reunir com Ana Rita Gomes Barbosa rapidamente.
“Primeiro vamos deixar inteirar-se dos assuntos, mas a muito curto prazo teremos de reunir para expor as nossas preocupações, que são muitas”, disse.
Licenciada em Economia pela Universidade Nova de Lisboa, Ana Rita Barosa, de 43 anos, assume-se como uma profissional com um perfil essencialmente técnico, especializada nas áreas financeira e de gestão da poupança e com uma grande experiência profissional no setor bancário e de gestão de ativos, indicou em comunicado o gabinete do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares.
Iniciou a carreira profissional no BPA – Banco Português do Atlântico, onde exerceu funções nas áreas comercial e financeira, até 1996, passando nesse ano a integrar o departamento financeiro do Banco Espírito Santo (BES). Entre 2004 e 2013, foi administradora de diversas empresas do grupo BES, acrescenta o documento.
Foi também responsável pela gestão de toda a oferta de produtos de poupança do BES Portugal e Internacional, incluindo as componentes qualitativas e quantitativas da oferta de produtos de balanço, banca seguros, fundos de investimento e outros, correspondendo a uma carteira total de poupança de 50 mil milhões de euros.
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