A Fundação Bienal de Arte de Cerveira acaba de pedir uma audiência ao secretário de Estado da Administração Pública por causa da avaliação negativa atribuída pelo Governo.
Recorde-se que o Governo divulgou, na quinta-feira, um relatório de avaliação de dezenas de fundações portuguesas, entre as quais a Fundação Bienal de Arte de Cerveira, que teve 33,5 pontos, de um total de 100.
Segundo José Manuel Carpinteira, que acumula a presidência da fundação com a da autarquia, a avaliação tem erros “bastante grosseiros”, para além de considerar que seis meses de atividade são insuficientes para fazer uma “correta análise”. Face a estes dados, este organismo responsável pela organização da Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira está a preparar uma exposição “sobre a fiabilidade destes resultados”.
O responsável lamenta também que a ficha refira 535 pessoas respeitante ao parâmetro do número de utentes ou beneficiários da fundação.
José Manuel Carpinteira realça que, apesar do Governo dizer que há administradores das fundações a receberem remunerações “chocantes”, no caso de Cerveira os membros da administração da Fundação da Bienal não são remunerados “nem têm senhas de presença”.
A realização da Bienal de Arte de 2013 está garantida, mas José Mauel Carpinteira não tem dúvidas de que pode ter prejuízos se se a fundação for extinta. O presidente do Conselho de Administração explica que esta possibilidade confere uma menor autonomia para a organização de um evento que já é uma referência internacional.
A Fundação Bienal de Arte de Cerveira foi constituída a 18 de maio de 2009, com um património inicial de 1,3 milhões de euros, envolvendo a Câmara de Vila Nova de Cerveira, Universidade do Minho, Escola Superior Gallecia e várias outras entidades, empresas e particulares. Entre os seus propósitos figuram o perpetuar das raízes e a organização da Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira, bem como a gestão e conservação do respetivo espólio ou ainda o desenvolvimento do turismo cultural local e regional, entre outros.
Em três anos de atividade recebeu cerca de 118 mil euros de apoios financeiros públicos, não diretamente do Estado, mas através da câmara municipal de Vila Nova de Cerveira.
A última edição da bienal de Cerveira realizou-se em 2011.
Com o propósito de corta por ano 150 a 200 milhões de euros das 277 fundações existentes no país, o Governo tem até ao final do mês para decidir que fundações vão continuar a receber apoios do Estado.
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