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Fronteiras: Não vai em galego? Nem em português? Seja inglês, então…

1 Março, 2021 - 15:56

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Se não vai em galego nem em português, então seja em inglês… para o mundo. Os autarcas do lado galego pertencentes ao Agrupamento Europeu de Coesão Territorial (AECT) Rio Minho deixaram esta segunda-feira uma mensagem de dimensões razoáveis no piso da ponte internacional que liga Vila Nova de Cerveira a Tomiño, na Galiza, Espanha. “Open the Borders [abram as fronteiras]”, leu-se em enormes cartazes colocados ao longo da passagem encerrada.

Uma iniciativa feita, evidentemente, em concordância com os autarcas do lado português que se viram impedidos pelas autoridades de atravessar a ponte e juntar-se aos galegos em mais uma ação de protesto com objetivo de reabrir fronteiras terrestres entre Portugal e Espanha.

“Até para protestar pacificamente, esta estanha democracia cria dificuldades”, começou por dizer o diretor do AECT Rio Minho, Fernando Nogueira, do lado português.

“Estamos aqui numa rua que é a Ponte da Amizade, e estamos impedidos de manifestarmos em conjunto as nossas necessidades comuns. Não quero fazer comparações, mas mais parece uma antiga rua de Berlim. Não sei se é alguma estratégia na tentativa de nos dividir, mas estão muito enganados porque estamos totalmente unidos no âmbito do AECT Rio Minho”, proferiu Fernando Nogueira.

A ação procurou relembrar que “o mal está feito, com prejuízos calamitosos para esta região transfronteiriça”, e agora é urgente os governos “deixar esta posição de teimosia”, avançando com mecanismos compensatórios necessários.

A primeira reivindicação é a de que os “poucos fundos afetos ao Programa Interreg 2021-2027” sejam efetivamente aplicados nas regiões de fronteira.

 

 

Autarcas galegos do AECT deixaram mensagem… para o mundo

[Fotografia: AECT Rio Minho]

 

 

“Estupefacto”

 

 

O diretor do AECT Rio Minho diz-se “estupefacto” porque, estando a terminar, esta terça-feira, o período de consulta pública do Interreg Portugal-Espanha, “só a Área Metropolitana de Lisboa e a Lezíria do Tejo é que estão fora, de resto todo o País é considerado região fronteiriça, desde o Porto, a Coimbra, passando por Sines. É um absurdo estar a desviar os fundos europeus das verdadeiras regiões de fronteira”.

Fernando Nogueira afirmou existir “um enorme desalinhamento e uma óbvia descoordenação governamental entre Portugal e Espanha, que não há uma visão estratégica comum, e que o que se passou na última Cimeira Ibérica da Guarda não passou de um efémero marketing político”.

Com a implementação de uma medida “claramente economicista” de não abertura de todos os pontos de passagem terrestre entre ambos os países “somente para agilizar a mobilidade daqueles que precisam de trabalhar atravessando a fronteira”, a segunda exigência do AECT Rio Minho passa por compensar financeiramente os trabalhadores transfronteiriços e as
empresas “pelos enormes prejuízos causados”.

“Neste momento já se pode começar a falar não apenas de compensações, mas antes de indemnizações, pois estamos a falar de responsabilidade direta dos Estados na imputação de custos extraordinários aos trabalhadores transfronteiriços e às empresas”, assegurou Fernando Nogueira.

 

 

Prejuízos superiores a 92 milhões

 

 

Uma das principais conclusões do estudo solicitado pelo AECT Rio Minho à Universidade de Vigo, da responsabilidade de Xabier Cobas, e apresentado na passada sexta-feira, o primeiro confinamento e encerramento de fronteiras, ocorrido entre 17 de março e 30 de junho de 2020, provocou uma perda de faturação superior a 92 milhões de euros nos 26 concelhos do território transfronteiriço.

Esta medida afetou cerca de 25 mil pessoas em toda a Euroregião Norte de Portugal-Galiza e 10 mil nos distritos de Pontevedra-Viana do Castelo.

Atendendo a um tempo médio de espera de 15 minutos na ida e outros 15 na volta (valor considerado muito conservador devido às longas filas detetadas), e sabendo que no primeiro encerramento passaram pelo controlo 356 mil pessoas, a economia desta região transfronteiriça perdeu 180 mil horas efetivas.

Caminha é o único concelho do Alto Minho sem ponte de ligação à La Guardia, na Galiza. A travessia do rio Minho é assegurada pelo ‘ferryboat’ Santa Rita de Cássia, também parado.

Com sede em Valença, o AECT Rio Minho abrange 26 concelhos: os 10 municípios do distrito de Viana do Castelo que compõe a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho e 16 concelhos galegos da província de Pontevedra.

 

[Fotografia: AECT Rio Minho]

 

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