O presidente da Junta de Freguesia de Covas, no concelho de Vila Nova de Cerveira, não vai compactuar com uma reforma administrativa para a qual nenhum orgão, nem mesmo a Assembleia Municipal, tem poder para decidir, e garante que se retira da sala quando a matéria for a votação.
Durante a sessão ordinária de sexta-feira, Rui Esteves foi a voz mais crítica desta medida proposta pelo Governo, e num tom irónico disse que “não é preciso nenhum exame de ADN porque o pai desta criança é o Relvas, por isso que assuma a paternidade”.
O autarca acrescentou que o Governo está a jogar ping-pong na altura de atribuir responsabilidades de decisão.
Rui Esteves explicou que esta é uma lei com aplicação nas zonas urbanas e “nunca” nas rurais. Perante este cenário, o autarca socialista questionou os restantes presidentes de junta presentes na assembleia se tinham sido eleitos para acabar com as suas freguesias ou para defendê-las.
A realização de um referendo local para que sejam as populações a decidir é, segundo o presidente de Covas, uma situação que devia estar consagrada na lei.
Recorde-se que para o concelho de Vila Nova de Cerveira está prevista a extinção ou agregação de quatro freguesias, mas o executivo pretende que o processo seja reduzido para três. Uma comissão de trabalho já está a trabalhar nesta matéria, mas sem poderes para apresentar propostas concretas.
Rui Esteves disse não reconhecer a nenhum orgão competência moral, humana e jurídica para tomar este tipo de decisões. E deixou o aviso: quando este assunto for votado na Assembleia Municipal de Vila Nova de Cerveira retira-se da sala.
A discussão em torno da reforma administrativa constava do período da ordem do dia da Assembleia de Vila Nova de Cerveira, mas pelo facto de ser um assunto “delicado”, o presidente da Assembleia Municipal ficou de agendar uma sessão extraordinária apenas para debater este assunto.
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