Aconteceu no dia 12 de agosto de 1984. Em Los Angeles, nos Estados Unidos da América, era de tarde. Por cá já era de madrugada.
Uma boa parte do país dormia. Mas muitos optaram por ficar acordados e acompanhar a maratona masculina dos Jogos Olímpicos de Los Angeles.
Na estrada estava um atleta português: Carlos Lopes, de 37 anos.
O português seguiu discreto durante quase toda a corrida. Até que chegou aquele 38º quilómetro.
Carlos Lopes começou a atacar. Aumentou a vantagem. Chegou aos 200 metros de avanço sobre os perseguidores.
O País estava em suspenso. Eram 3h10 da madrugada.
Já com as câmeras de televisão a apontar para o interior do estádio olímpico, eis que o primeiro atleta a entrar foi… Carlos Lopes.
O português estava a corrrer debaixo de mais de 30ºC. Precisava ainda de cumprir uma volta à pista para completar os 42 quilómetros. Um país aos ombros.
Todo o Memorial Coliseum de Los Angeles a aplaudir uma “big surprise”, repetiam os comentadores televisivos. Eram 90 mil pessoas.
Portugal entrou para a história. Conquistou a primeira medalha de ouro olímpica.
A vitória de Carlos Lopes foi vista em todo o mundo por mais de 200 milhões de pessoas, em direto pela televisão.
No mesmo ano, em outubro e pela proeza realizada, foi elevado a Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Em agosto do ano seguinte, recebeu a Grã-Cruz da mesma Ordem.
Em 2013, Carlos Lopes foi nomeado diretor do departamento de atletismo do Sporting Clube de Portugal.
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