A administração da VianaPolis anunciou para hoje à tarde a análise ao facto de o leilão dos terrenos do Parque da Cidade ter ficado novamente deserto, com aquela sociedade a falhar o encaixe de 11,4 milhões de euros.
"Vamos reunir mais logo para informar os acionistas destes resultados", explicou Eurico Costa, da administração da VianaPolis, participada pelos ministérios do Ambiente e Finanças (60 por cento) e câmara de Viana do Castelo (40 por cento).
Em cima da mesa estará a hipótese de manter o leilão aberto "em permanência" durante o ano de 2012 e uma possível renegociação dos empréstimos contraídos junto da banca pela VianaPolis, que já ascendem a 19 milhões de euros.
Em causa estão 63 mil metros quadrados de terrenos, junto ao rio Lima e destinados sobretudo a habitação, que há cerca de cinco anos estavam avaliados em 21,6 milhões de euros.
Face à falta de interessados na primeira hasta pública para a venda em conjunto, a Direção Geral de Tesouro e Finanças promoveu uma reavaliação e baixou o valor para cerca de 11 milhões de euros.
Contudo, na semana passada, nova hasta pública voltou a ficar deserta, cenário igual ao dia de hoje, segunda fase do processo, em que os terrenos seriam colocados à venda em leilão, mas que durou menos de dez minutos, por falta de qualquer proposta.
Foram colocados à venda nove unidades de três e dois lotes cada, com bases de licitação mínimas entre valores de 850 mil euros a 1,5 milhões de euros, totalizando 10,3 milhões de euros.
A leilão foram ainda os terrenos para instalação de um equipamento social, por 140 mil euros, e para um hotel, por 960 mil euros.
A ausência de interessados nestes terrenos, considerados os principais ativos da VianaPolis, foi de encontro às dúvidas levantadas por uma auditoria do Tribunal de Contas, conhecida esta semana.
O documento identificava "alguns riscos para a atividade" e para "o futuro da VianaPolis", nomeadamente "os resultantes da impossibilidade de alienação de lotes de terreno localizados no parque da cidade", além das frações autónomas sobrantes e da "previsão de aumento dos custos das expropriações do parque urbano e da cidade".
Mesmo que a VianaPolis tivesse concretizado hoje a venda de todos os lotes colocados a leilão, seria necessária uma injeção de entre cinco a seis milhões de euros por parte dos dois acionistas, conforme admitiu esta semana o presidente da Câmara de Viana do Castelo.
"Aquilo que está a ser colocado agora à venda não é suficiente para suprir os encargos financeiros. Naturalmente que vai haver um encargo adicional do Estado e do município. É evidente que se conseguirmos vender melhor, esse défice será menor", admitiu José Maria Costa.
Neste cenário, à autarquia caberia cobrir cerca de 2,4 milhões de euros e os restantes 3,6 milhões de euros ao Estado.
A sociedade VianaPolis mantém-se em funções com o objetivo único de demolir os 13 andares do Edifício Jardim, ato que continua a esbarrar nos processos judiciais movidos pelos moradores.
FONTE: "Lusa"
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