O presidente da Câmara de Viana do Castelo mostrou-se “apreensivo” com o futuro dos estaleiros da cidade, apontando que alguns negócios estão a ser condicionados pelo processo de reprivatização da empresa.
A posição de José Maria Costa foi transmitida à Agência Lusa após uma reunião com o secretário de Estado da Defesa, Paulo Braga Lino, esta tarde, em Lisboa.
“Saio muito apreensivo com o futuro da empresa. Há processos, como os navios asfalteiros ou o patrulha para a Marinha, que continuam por resolver porque estão a ser preparados para serem incluídos na reprivatização da empresa”, apontou o autarca.
Além da construção dos dois asfalteiros para a Venezuela, por 128 milhões de euros, que ainda não começou devido à dificuldade dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) em adquirir o aço e motores necessários, José Maria Costa referia-se ao NRP Figueira da Foz, avaliado em 50 milhões de euros.
Trata-se do segundo Navio-Patrulha Oceânico, de uma encomenda de oito do Ministério da Defesa aos ENVC, mas cuja construção está praticamente parada há um ano por falta de alguns equipamentos, avaliados em cerca de nove milhões de euros.
“São construções importantíssimas para a empresa começar a recuperar a imagem internacional, mas o que vemos é o atrasar desses processos. Parece haver boa vontade da parte do Governo, mas o tempo que se demora é muito”, disse ainda a autarca socialista de Viana do Castelo.
No final do encontro com o secretário de Estado, José Maria Costa afirmou que os “atrasos” na tomada de decisões sobre a empresa podem “condicionar o futuro”. o qual, insistiu, deveria passar por uma “parceria” com investidores brasileiros.
A decisão sobre o modelo de concurso público para a reprivatização dos estaleiros será tomada, ainda este mês, em conselho de ministros.
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