A administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) espera fechar na segunda-feira as condições do novo contrato para a construção de dois navios asfalteiros para a Venezuela, prevendo garantias face à reprivatização da empresa.
Segundo fonte da administração dos ENVC contactada pela agência Lusa, desde quinta-feira que uma delegação da secção naval da PVDSA (empresa de petróleos da Venezuela) está em Viana do Castelo para a negociação final das adendas ao contrato, propostas pela empresa.
Em cima da mesa está a necessidade de o Estado garantir que o processo em curso de reprivatização dos ENVC não interferirá com o negócio, de 128 milhões de euros, e nos compromissos assumidos.
Em termos de prazos, admite-se que a entrega dos dois navios seja agora feita até ao primeiro trimestre de 2014, ou seja, com um ano de atraso face ao contrato inicial, mas a empresa ainda não confirma este cenário por estar a negociar os últimos pormenores da revisão contratual.
Outra das questões a analisar pelos responsáveis da PDVSA é a aquisição da matéria-prima para estas construções, face às dificuldades sentidas pelos ENVC – obrigado às condições da contratação pública -, em conseguir negociar com os fornecedores desejados pelo armador.
Nesse sentido, o que está em cima da mesa é uma solução em que será a própria PDVSA a assumir a aquisição desse material, desde o aço aos motores, entre outros equipamentos.
Esta negociação arrasta-se desde junho e já implicou visitas de delegações dos ENVC à Venezuela, para acerto das várias adendas que serão feitas ao acordo inicial.
“A nossa expectativa é termos o contrato final fechado até segunda-feira”, admitiu fonte da administração dos ENVC.
A empresa acredita no desfecho positivo desta negociação e já começou a recrutar meios de apoio, como o aluguer, por dois anos, de diversos tipos de plataformas.
Este contrato, de 400 mil euros, foi publicado a 29 de agosto e visa garantir a disponibilidade dos meios “logo que sejam necessários” à construção dos dois asfalteiros.
O negócio com a Venezuela é nesta altura o único contrato firme na carteira de encomendas dos ENVC, celebrado em outubro de 2010 com a presença na empresa do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Esta será já a segunda revisão ao contrato, depois das alterações dos prazos de entrega, negociada já no início deste ano.
O início da construção leva cerca de um ano de atraso e o contrato representa cerca de 1,3 milhões de horas de trabalho.
Os dois navios destinam-se ao transporte de asfalto e têm 188 metros de comprimento.
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