PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Viana do Castelo

ENVC: Passivo atingiu 254 ME em 2011 e é “urgente” reestruturar – administração

15 Maio, 2012 - 16:41

158

0

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) fecharam 2011 com resultados operacionais negativos líquidos de 22,7 milhões de euros (ME) e um passivo total de 254 ME, que a administração diz ser “urgente” reestruturar.

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) fecharam 2011 com resultados operacionais negativos líquidos de 22,7 milhões de euros (ME) e um passivo total de 254 ME, que a administração diz ser “urgente” reestruturar.

Os dados constam do Relatório e Contas dos ENVC no exercício de 2011, ao qual a Agência Lusa teve hoje acesso, e reconhecem o agravamento de todos os indicadores económicos da empresa.

Em termos de passivo total, cifrava-se, em dezembro de 2011, em 254,6 ME, um agravamento de 14,4 ME face ao ano anterior.

A mesma tendência foi registada nos capitais próprios dos ENVC, que de 74,5 ME negativos, em 2010, passaram no final do ano passado para 124,2 ME, igualmente negativos.

Em 2010, a empresa contabilizou prejuízos totais (resultados líquidos) de 41,9 ME, enquanto que no ano passado esse valor foi de 22,7 ME.

“Atendendo à necessidade do cumprimento do disposto no artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais, a administração entende que é urgente proceder a uma reestruturação do passivo financeiro, necessariamente acompanhada de uma reestruturação operacional da empresa, o que poderá ser consubstanciado no processo de reprivatização em curso”, lê-se no relatório.

Em termos de vendas e serviços prestados, os estaleiros faturaram apenas 15,1 ME, menos cinco milhões do que no ano anterior, mas um valor em grande parte assegurado pelas reparações navais, que renderam 8,4 ME em 32 navios.

Segundo a empresa, o volume de negócios registou em 2011 um decréscimo de 25 por cento face ao ano anterior, como “consequência da quebra significativa da atividade de reparação naval na Europa”.

“Este exercício económico reforçou a necessidade imperiosa de se proceder a uma urgente operação de recapitalização da empresa, dado que a capacidade de solver os seus compromissos se deteriorou significativamente”, lê-se igualmente no relatório.

O documento classifica ainda a reprivatização, em curso, da empresa, como uma “solução vital para a sobrevivência dos ENVC”, atendendo aos “fortes constrangimentos ao nível do recurso a fontes de financiamento clássicas”.

A construção de dois navios asfalteiros para a empresa de petróleos da Venezuela (PDVSA), por 128 milhões de euros, é o único contrato certo e representará “trabalho em pleno durante 18 meses”.

“Há ainda que destacar o empenho da administração, em estreita colaboração com a Empordef, na gestão do contrato com a PDVSA Naval, com o objetivo de, no decorrer deste ano, dar início à construção dos navios asfalteiros”, comentou à Lusa o presidente do Conselho de Administração dos ENVC, Jorge Camões, em funções desde agosto de 2011.

A administração justifica a situação financeira, que se vem a agravar desde o início de 2009, com a “falta de uma carteira de novas encomendas”, em função da “conjuntura mundial de crise económica”.

Por esse motivo, os ENVC utilizaram em 2011 apenas cerca de 48 por cento da sua capacidade produtiva.

A empresa é participada a 100 por cento pela Empordef, holding das indústrias de Defesa do Estado, e o processo de reprivatização, através de concurso público internacional, deverá ser lançado no próximo mês.

Últimas