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Viana do Castelo

Empordef financiou

28 Outubro, 2011 - 08:25

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A Empordef, holding do Estado para as indústrias da Defesa, teve de financiar-se em 2010, junto do Arsenal do Alfeite, em 15,5 milhões de euros, para poder garantir liquidez de tesouraria aos Estaleiros de Viana.

A Empordef, holding do Estado para as indústrias da Defesa, teve de financiar-se em 2010, junto do Arsenal do Alfeite, em 15,5 milhões de euros, para poder garantir liquidez de tesouraria aos Estaleiros de Viana.
A informação consta do Relatório e Contas de 2010 da Empordef, a que a Lusa teve acesso, e confirmam o cenário de dificuldades financeiras dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), uma das empresas que integram aquela holding pública.
O Arsenal do Alfeite SA foi formalmente criado a 01 de setembro de 2009, integrando o cluster naval da Empordef em resultado da extinção da empresa anterior, com o mesmo nome, que começou a operar em 1938, e que tem a Marinha como principal cliente.
Esta operação, denominada de "cash polling", permitiu aos ENVC obter taxas de juro mais vantajosas nesta negociação direta com outra empresa do mesmo grupo.
Contudo, a operação deveria ser acompanhada de aumento de capital nos ENVC, no valor de 50 milhões de euros, em parte para devolver o financiamento ao Arsenal do Alfeite SA, o que nunca chegou a acontecer.
À data da inclusão no universo Empordef, o Arsenal do Alfeite tinha capitais próprios avaliados em 127 milhões de euros.
Segundo o relatório da atividade de 2010, a Empordef admite que este financiamento avançado pelo Arsenal do Alfeite SA aos ENVC, no valor de 15,5 milhões de euros, visou dotar a empresa de Viana do Castelo "dos meios necessários para fazer face a necessidades de tesouraria".
No documento lê-se ainda que os ENVC, subsidiários da Empordef, apresentavam no final de 2010 capitais próprias negativos de 74,5 milhões de euros, incluindo um resultado líquido negativo de 41,9 milhões de euros naquele ano.
Segundo o artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais, os ENVC incorriam nessa altura numa situação de dissolução da sociedade ou pelo reforço da cobertura de capital.
Nas contas da Empordef pesa ainda um empréstimo de 37 milhões de euros, contraído para ceder liquidez aos ENVC no âmbito do acordo com o Governo dos Açores, sobre a construção de dois ferries.
Neste negócio, a administração da Empordef já reconheceu "a titulo de imparidade uma perda potencial de 7,5 milhões de euros, com o retorno dependente da concretização da venda da navio "Atlântida", um dos dois encomendados, e rejeitados, pelos Açores.
A 31 de dezembro de 2010 o capital social da Empordef era composto por mais de 34,8 milhões de ações, com o valor nominal de 5 euros, totalizando cerca de 174,3 milhões de euros, totalmente subscritos pelo acionista único, a Direção Geral do Tesouro, depois de um aumento de capital de 16,2 milhões de euros, concretizado no ano passado.

FONTE: LUSA

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