A doação do edifício do antigo cine-teatro de Valença à autarquia local poderá ser uma realidade até ao final do ano, uma vez que a associação detentora do imóvel se irá reunir em assembleia-geral, em princípio, no próximo mês de Setembro.
Neste encontro, os cerca de cem sócios da Associação Valenciana de Socorros Mútuos, proprietária do edifício, irão determinar, por unanimidade, a entrega do imóvel, utilizando a atual nomenclatura da associação.
Recorde-se que esta intenção não é nova. A associação reconhece que não tem condições financeiras para requalificar aquele espaço. Todavia, a falta de um documento tem vindo a bloquear o processo.
Em tempos a associação mudou de nome (de Associação Artística Valenciana para Associação Valenciana de Socorros Mútuos), só que não foi encontrado o registo que comprova essa alteração.
Segundo um dos membros da associação, Salustiano Faria, esse documento não consta em acta, nem “nas conservatórias, nem na Torre do Tombo” (Arquivo Nacional), em Lisboa.
Ora, a falta deste documento tem travado a doação e, por sua vez, a requalificação daquela estrutura. Recorde-se que o edifício fechou portas em 1975 por “motivos de segurança”.
Segundo o responsável, a publicação de uma lei recente poderia permitir à autarquia que se apoderasse do imóvel, alegando “falta de segurança para bens e pessoas”, já que a estrutura, em degradação, se encontra junto a outros prédios. Esta poderia ser uma das soluções para encerrar o processo.
No entanto, o desfecho será outro. Salustiano Faria realça que os cerca de cem sócios da associação detentora do imóvel são unânimes quanto à doação do edifício e, como tal, vão agendar, para Setembro, uma assembleia-geral, na qual irão definir a doação sob a atual designação da associação – Associação Valenciana de Socorros Mútuos.
De acordo com Salustiano Faria, até ao final do ano, este processo deverá ficar concluído.
A posterior requalificação do antigo teatro e cinema de Valença deverá ser da responsabilidade da câmara municipal, mas deverá estar dependente, também, de fundos comunitários.
A ideia é que o edifício, com cara nova, possa continuar a ser um espaço dedicado à cultura. Salustiano Faria diz que aquele espaço poderá servir de casa para grupos corais e ranchos folclóricos.
Com 330 lugares, o cine-teatro valenciano foi construído em 1876 e remodelado em 1915. Fechou portas em 1975. Neste momento, é o edifício “mais degradado da fortaleza” da cidade.
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