O número de desempregados no Alto Minho cresceu este Verão pela primeira vez em vinte anos, anunciou a União de Sindicatos de Viana do Castelo (USVC), depois de pedir a intervenção do bispo da diocese.
Segundo Branco Viana, coordenador da USVC, os números do Instituto de Emprego e Formação Profissional apontavam para cerca de 13.800 pessoas à procura de trabalho em maio, no distrito de Viana do Castelo, número que cresceu para quase 14.000 até julho.
“Em cerca de dois meses foram mais 160 novos desempregados, o que acontece pela primeira vez, nesta altura de Verão, em vinte anos. Nos anos anteriores, com os empregos sazonais, a tendência do desemprego era de descida, mas o que se verificou foi um aumento”, apontou.
Números conhecidos após uma reunião entre a USVC e o bispo da diocese de Viana do Castelo, Anacleto Oliveira, no qual foi traçado o cenário “dramático” vivido por milhares de famílias da região.
“Procuramos explicar a situação social que se vive na região e esperámos a sua intervenção e influência junto das forças vivias e políticas. O senhor bispo mostrou-se muito preocupado, mas também disponível para nos ajudar a tentar travar o aumento da pobreza, do desemprego e das insolvências no Alto Minho”, explicou o coordenador da USVC.
Ao longo de uma reunião de hora e meia, os sindicalistas abordaram ainda com o bispo Anacleto Oliveira a situação dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, em processo de reprivatização, os efeitos do novo Código do Trabalho e da abertura “generalizada” das grandes superfícies aos domingos e feriados.
“Mostrou-se muito preocupado com o efeito destas situações no conceito de família”, admitiu Branco Viana.
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